A Cúpula Mundial de Afrodescendentes começou quinta-feira na cidade de La Ceiba, localizada 400 quilômetros ao norte da capital hondurenha, Tegucigalpa.
Segundo o secretário-executivo do encontro, Celeus Casildo Alvarez, “a população afrodescendente das Américas ainda sofre com o legado da escravidão e da colonização, vítima de racismo e de exploração”. E por isso a cúpula expressa um movimento social que busca compromissos da comunidade internacional com um plano de desenvolvimento global e valorização da identidade dos povos afrodescendentes. Ele é dirigente da Organização Étnica de Desenvolvimento Comunitário (ODECO) , entidade que patrocina o evento com o apoio das Nações Unidas.
Em seu projeto de declaração, a Cumbre Mundial de Afrodescendentes deve propor medidas para garantir que as vítimas de racismo tenham pleno acesso à justiça e a políticas que reduzam a pobreza, melhorem a educação, saúde, habitação e emprego. Uma das propostas que deve sair até domingo é de um Palarmento na ONU para tratar dos assuntos dessa população que só na América Latina e no Caribe representam uma população de mais de 150 milhões de pessoas.
A declaração também solicita que a ONU declare a década de dessoas de descendência africana no Mundo em 2012 e lance um fundo de desenvolvimento para ajudar os afrodescendentes, para melhorar sua vida social, econômica e política.
A maioria de afrodescendentes em Honduras vivem em cerca de 50 comunidades ao longo da costa atlântica e representa 10% do 8,2 milhão de habitantes. Na América Latina o número é 20%.
A Cumbre é uma continuação da Terceira Conferência Mundial contra o Racismo realizada em Durban, África do Sul, que declarou 2011 como o Ano Internacional dos Afrodesdencendentes.
Organizada por um comitê internacional de 17 países, incluindo o Brasil, foi lançada em maio, em Washington, na sede da Organização Mundial de Saúde e tem o apoio do Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento eo Sistema de Integração Centro-Americana.