Quinta-feira (dia 13), à noite, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, levou um grupo internacional para conhecer o Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, Cabula.
Foi um momento festivo para a delegação nigeriana de sacerdotes e sacerdotisas, a comitiva de embaixadores do Gabão e do Suriname, intelectuais africanos, artistas e estudiosos estrangeiros do Candomblé.
Participaram da visita, dentre outras personalidades, a vice-ministra de Relações Exteriores do Gabão, Laure Goudjout; o historiador nigeriano da Universidade do Texas, Totin Faloula; e a cantora Angélique Kidjo, do Benin. Todos foram saudados entusiasticamente por mãe Stella de Oxóssi.
A mais empolgada com o lugar era a cantora africana, cuja família tem profundas ligações com o Candomblé. O ministro Gil lembrou que ela é filha-de-santo e sobrinha do falecido babalorixá Dhagbo Hounon, o pioneiro a fazer trabalhos para Iemenjá no Benin. Totalmente à vontade, Angélique dançou ao som dos atabaques tocados por ogãs e da música Opô Afonjá Arewá, cantada pelas ekedis. Na ocasião, Gil exaltou a importância para a nossa cultura de cultivar os ritos afro-brasileiros. “Os escravos conseguiram manter a tradição e a sociedade precisa conservar tudo isso, porque faz parte da nossa vida”, observou. Ele próprio, recebei a benção de mãe Stella, assim que chegou ao terreiro.
A comitiva percorreu as dependências do Museu Ilê Ohum, inaugurado em 1999, e conheceu o variado acervo, composto por elementos ligados ao candomblé, como indumentárias, fotos, artesanatos e acessórios. Mais uma vez, Gil explicou o grande interesse de Angélique pelas peças: “ela está vendo no museu tudo o que lhe é familiar, porque os fundamentos são os mesmos, o que varia é a língua”, disse. Encerrando a visita, foi exibido o documentário Axé do Acarajé, do cineasta Pola Ribeiro, produzido pela FCP do MinC.