As notícias veiculadas neste mês (veja abaixo), sobre o fechamento do Centro de Memória Chico Mendes, em Xapuri, no AC, por sua família, devido a problemas financeiros, revela como a sustentabilidade defendida pelo ambientalista, assassinado em 22 de dezembro de 1988, é difícil de ser praticada na contemporaneidade. É algo que envolve gestão eficiente, vontade política, educação socioambiental e para a cidadania e, acima de tudo, pensamento que incorpore o coletivo.
Espero que as denúncias a respeito de falta de prestação de contas de verba pública estadual pela família, contestada pela mesma, sejam devidamente apuradas e solucionadas, mas que acima de tudo, haja uma mobilização nacional para a conservação do espaço e da representação como patrimônio material e imaterial que a trajetória do seringueiro, ambientalista e sindicalista representa para a sociedade e à história da evolução das diretrizes do ambientalismo.
No ano passado, quando participei do Fórum Social Mundial, em Belém, PA, tive a oportunidade de entrevistar o também serigueiro e ativista Júlio Barbosa (companheiro de Chico Mendes), que resultou na publicação A Amazônia de Chico Mendes, veiculada na edição 20, da Revista Leituras da História/Escala. Além do conhecimento precedente que eu já tinha sobre a história dele, ouvir narrativas sobre os bastidores de suas ações foram importantes como incentivo a incorporar na prática o conceito de sustentabilidade.
É disso que se trata. Não fazer com que tudo vire poeira e caia no esquecimento. É necessário extrair as lições que cada existência nesse Planeta nos possa oferecer, tanto de erros como de acertos, para que possamos construir caminhos melhores. Isso não significa colocar Chico Mendes em um pedestal, mas respeitar a sua contribuição.
Veja mais detalhes sobre matérias a respeito:
06/07-A Gazeta.net -Família decide fechar casa onde morava Chico Mendes, por Rutemberg Crispim