“Verás que um filho teu não foge à luta nem teme, quem te adora, a própria morte.” Esses versos são do Hino Nacional, que encerrou o ato realizado no domingo 21, na Avenida Paulista, em São Paulo, contra a violência homofóbica acontecida na região oito dias antes. Entretanto, eles também servem para definir o que foi toda a manifestação.
Cerca de mil pessoas, de acordo com a organização, caminharam pela via a partir do Museu de Arte de São Paulo (Masp) até o número 777, um dos pontos onde, no domingo 14, um grupo de jovens atacou homossexuais, um deles quase até a morte. A manifestação, organizada pelo Fórum LGBT de São Paulo, teve como objetivo mostrar que a comunidade arco-íris está em alerta e que irá cobrar punição dos responsáveis pelos atos de violência.
Durante o trajeto, que chegou a fechar algumas faixas da avenida, houve palavras de ordem pela liberdade e também uma forma descontraída de chamar o público: “Ei, você aí parado, você também é do babado”! Casais héteros, drags, malhados, ursos, grupos de amigos, enfim, como em uma parada, o que se viu foi uma diversidade de pessoas.
Um dos momentos de destaque do ato foi a salva de palmas pedidas pelos organizadores aos seguranças do prédio que fica em frente ao local de um dos ataques. No inquérito, a polícia afirmou que se não fosse a intervenção desses funcionários, uma das vítimas poderia ter morrido.
Personalidades políticas também estiveram presentes, tais como o deputado federal eleito Jean Wyllys (foto), o deputado federal Ivan Valente, o deputado estadual paulista Carlos Giannazi, todos do Psol, e o coordenador estadual de Políticas para a Diversidade Sexual de SP, Dimitri Sales.
Emocionante! No local onde tentaram matar um homossexual, centenas de nós e de simpatizantes levantaram a voz e ratificaram que ninguém poderá nos calar!