A Petrobrás informou na quarta-feira (17) que estuda uma eventual venda adicional de sua participação na BR, como já havia divulgado em janeiro. No entanto, não esclareceu como será esta venda, nem percentual a ser vendido.
A direção da companhia fez o comunicado para esclarecer notícias veiculadas na mídia sobre uma possível venda da sua participação na BR Distribuidora no segundo semestre. A BR Distribuidora, por sua vez, informou que não está conduzindo qualquer estudo ou trabalho no sentido de emissão de ações da companhia.
Seja como for, a Petrobrás segue como única petrolífera integrada (cada vez mais desintegrando) a abrir mão do segmento de distribuição.
Refinarias de GLP e UPGN
A Petrobrás tem entre seus ativos pólos de fornecimento do energético, sendo que cinco estão oficialmente colocados à venda como RLAM, na Bahia; REPAR, no Paraná; REFAP, no Rio Grande do Sul; REGAP, em Minas Gerais e REMAN, no Amazonas.
A UPGN de Alagoas, responsável pelo processamento dos sete campos terrestres do Polo Alagoas, também está no plano de desinvestimento.
Além de contribuir para trazer à Petrobrás fragilidades que antes não tinha, tornando-a cada vez mais exposta às flutuações do preço do barril de petróleo, estas decisões da direção da empresa gerarão desemprego e o estabelecimento de monopólios locais, sem redução de preços.
REFAP registra recorde de venda de diesel S-10
Com o processo de privatização adiado em decorrência da pandemia da COVID-19, a Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), de Canoas, acelerou o ritmo em plena crise do setor de petróleo. Em maio, bateu o recorde mensal em vendas de diesel tipo S-10 para o período. Colocou no mercado 134 milhões de litros do produto. O volume é 12% maior do que o recorde anterior, de 119 milhões de litros, registrado em agosto do ano passado.
Fatos como este escancaram o absurdo das vendas de ativos da Petrobras, inegavelmente rentáveis.
“Mãezona” do gás natural
Ainda no mercado de gás, em 27/05 a Petrobrás anunciou que iniciou procedimentos para dar acesso a outras empresas a suas plantas de processamento de gás natural.
O modelo de negócio para o acesso de terceiros à infraestrutura de processamento de gás natural será por meio de operações de industrialização por encomenda, que consistem na remessa do insumo para industrialização e no retorno do produto industrializado, com manutenção da propriedade do bem (gás natural e derivados líquidos de gás natural) ao longo de todo o processo.
Atualmente, a Petrobrás compra os volumes de gás natural dos demais produtores, onshore e offshore, no Brasil, processando nas unidades, em que contrata o transporte por meio de dutos, que eram seus, e revende o gás natural às distribuidoras estaduais.
A partir do novo modelo implementado, os produtores de gás natural não precisarão, necessariamente, vender o gás para a Petrobrás, pois vão contratar parte da capacidade de processamento e continuarão sendo proprietários do gás produzido e de todos os seus derivados, possibilitando que negociem diretamente seus produtos com o mercado.
O modelo de negócio do GN no Brasil sempre foi falho, mas fazer caridade com os ativos construídos com dinheiro público certamente não é o caminho.