Essa defesa da “indústria da carne brasileira” é fascinante. Um padrão produtivo destruidor, ultra concentrador, macabro, cruel com os trabalhadores. Se empreiteiras são destruidoras também, não se pode dizer que não desempenham papel no desenvolvimento, na urbanização, nos serviços públicos e na modernização.
Agora, carnes? Isso lá é commodity pra se reivindicar? Menos, galera. Olhem para o que esses pilantras estão fazendo no Mato Grosso, em Goiás, na Amazônia. Se isso é interesse nacional, é melhor não tê-lo! Nacionalismo se é isso, é melhor não tê-lo.
Carne, soja, trigo, milho. Nós podemos mais e melhor que isso.
Quem acha que commodity mequetrefe é a salvação que busque na elite nacional (armaria) alianças estratégicas, a essas alturas do caráter óbvio do rentismo, no processo golpista. Vão se agarrar com quem, a essas alturas do golpe? PAREM.
A Amazônia ela mesma é um ativo. A nossa água. O nosso patrimônio. É preciso não pensar direito para confundir indústria, sic, da carne, com as empreiteiras. Assim como ninguém precisa da quantidade de carne que se come, no padrão insalubre de consumo derivado da obscura e cientificamente nula pirâmide alimentar, ninguém precisa viver num país transformado em arado de monoculturas para exportação, sem valor agregado, sem tecnologia embutida, sem aporte nutricional, para alimentar a indústria lixo de outros lugares.
Este é um bom momento para rever coisas. A fé parangolé em commodity mequetrefe deveria ser jogada fora. Não repetir erros é o começo dos acertos. Não adianta, mas eu digo mesmo assim. Não canso de me surpreender com tanta coisa estranha. Tem até festa pela polarização. Como se polarização fosse algo político-eleitoral, e não dissesse respeito ao avanço do fascismo na sociedade.
Que aborrecimento com coisas que deveriam estar claras, diabos.
Foto: desmatamento para pasto. Greenpeace