Um seminário promovido pela Associação dos Funcionários do BNDES realizado na úlima sexta-feira deixou parlamentares, técnicos e representnates entidades ligadas à indústria bastante alarmados. O governo ameaça mudar a forma de cálculo da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que hoje representa a única alernativa de financiamento de longo prazo compatível com a capacidade da industria nacional seendividar sem cair nas garras do sistema financeiro internacional.
Com auditório tomado por trabalhadores, sindicalistas, acadêmicos e representantes da índústria (Abimaq e Abiquim),ao seminário reuniu também diversos parlamentares, que condenaram as ameaças de desemonte do banco.
Participaram as senadora Benefita da Silva, Gleise Hofman, o senador Lindbergh Farias e os deputados Chico Alencar e Alessandro Molon. Falaram também o Professor Luiz Pinguelli Rosa, do COPPE e Rita Serrano, que representou o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas
A TJLP foi criada em dezembro de 1994 ,para estimular os investimentos na infra-estrutura e consumo. A taxa é definida como o custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES.
Responsável por sua criação quando ocupava a pasta da Fazenda, o ex-ministro Ciro Gomes participou através de mensagem gravada, onde alerta para o risco de mais desemprego, desindustrialização e dependência do oligopólio financeiro internacional. Ele explica que a TJLP foi criada como um mecanismo para romper com o estrangulamento da economia provocado pela máfia do sistema financeiro oligopolizado que, no Brasil “destruiu qualquer ferramenta de vinculação da poupança da sociedade ao invesimento produtivo”. O BNDES, então, promoveu uma distorção do mercado de taxas de juros mais altas do mundo para que houvesse algum “mecanismo de financiamento compatível com a rentabilidade média das empresas … Se não fosse o BNDES não teríamos nenhuma condição de financiamento da economia.”, disse o ex-ministro.
De acordo com o presidente da AFBNDES, Thiago Mitidieri, a associação busca alertar a sociedade para os riscos dessa mudança e também também para as alterações na política de conteúdo local, que atingem fortemente a engenharia nacional e a indústria brasileira.