Na madrugada de 1º de setembro, um grupo formado por quatro homens e uma mulher, carregando uma faca, dirigiu-se à entrada do bar, restaurante e espaço cultural Al Janiah, na Bela Vista, bairro tradicional de São Paulo, chutando a porta da casa e lançando spray de pimenta no interior.
Ainda havia frequentadores e funcionários no local, e estes conseguiram conter o ataque. Um vídeo mostra a chegada do grupo, o lançamento do gás de pimenta e, depois, a fuga.
Câmaras de monitoramento registraram o momento do ataque
Não foi a primeira vez que o Al Janiah se viu atacado com manifestações de ódio, mas foi a primeira com ato de violência física. Por suas características de bar gerido por imigrantes e refugiados, especialmente palestinos, com atividades artísticas e político-culturais em favor de suas causas, o lugar tornou-se alvo de ameaças xenofóbicas e de cunho fascista.
Em vista disso, apoiadores e usuários, junto com entidades da Frente em Defesa do Povo Palestino e parlamentares se reuniram na última quarta-feira (4) para manifestar solidariedade e agir em defesa do espaço. “
Para os participantes, que emitiram comunicado à imprensa, “o ataque provêm de forças fundamentalistas e retrógradas que espalham sentimentos de ódio e de medo no país e insuflam grupos que se organizam para atacar com violência a diversidade e a democracia.”
Conforme a nota, o espaço representa, em particular, a resistência Palestina e, através dela,diversas lutas por libertação. Por isso, afirmam que a resposta deve ser ampla, como uma corrente desencadeada contra a “todas as ações repressivas e fascistas que desdenham da democracia”.
Para manifestar a solidariedade, os apoiadores do Al Janiah decidiram realizar um ato cultural e político denominado Corrente de resistência pelo Al Janiah”, que será um abraço ao espaço, simbolizado por intervenções e apresentações no seu interior, programado para este sábado, 7 de setembro, a partir das 16 horas.