Brasília – O Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) realiza neste momento, em Washington (EUA), uma sessão extraordinária para analisar a situação política de Honduras após o regresso do presidente deposto Manuel Zelaya ao país, hoje (21). O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, planeja viajar a Honduras amanhã (22), medida também em discussão na reunião.
Segundo o representante brasileiro na OEA, o ministro conselheiro Lineu Pupo de Paula, Zelaya está na Embaixada do Brasil, na capital Tegucigalpa, na “condição de hóspede” e que, “por ora”, o que se sabe é que ele chegou ao país acompanhado de sua mulher, Xiomara Castro, procedentes da Nicaragua.
Além de reiterarem seu apoio a Zelaya, os representantes de diversos países que integram a OEA insistiram que o governo deposto e o governo golpista devem eleger o diálogo como forma de superar o impasse político que já dura quase três meses, evitando assim a violência. Para isso, a organização sugere que ambas as partes assinem o Acordo de San José, proposto pelo presidente da Costa Rica, Óscar Árias, que atuou como mediador do conflito.
Neste momernto, a OEA formula um documento, com exigências ao governista de garantias de que irá assegurar a vida e a integridade física de Zelaya, além de tratá-lo de forma correspondente à sua autoridade constitucional e proporcionar seu imediato retorno à presidência do país. Os termos do documento ainda estão em discussão pelos representantes dos países que integram a OEA.
A entidade também clama a todos os setores da sociedade uma atuação responsável que evite atos de violência e impeça o restabelecimento da ordem constitucional. Para o representante da Venezuela, no entanto, o chamamento à paz não deve ser confundido com resignação.
“A reconciliação não passa pela impunidade [dos que depuseram Zelaya], pois isso seria um segundo mau exemplo, já que o primeiro foi demonstrar que os regimes democráticos podem ser derrubados”, afirmou o representante venezuelano.
O representante da Nicarágua aproveitou para pedir calma aos militares. “Que o regime de facto, as Forças Armadas, não atuem como um exército de ocupação em seu próprio país, usando as armas contra o povo nas ruas e as baionetas contra o presidente legítimo, Manuel Zelaya. E que devolvam o governo para aquele de quem eles o usurparam. Queremos a reinstalação de Zelaya, o presidente legítimo, à Presidência de Honduras”, disse.