05/05/2010 18:49
Impacto ambiental-vazamento de petróleo: subestimamos a história, por Sucena Shkrada Resk
Quando se fala que nossa memória é curta, há um profundo sentido nesse comentário. Somente com o vazamento de petróleo recente no Golfo do México, que se expande para a região do estado da Lousiana, além do Mississipi, nos EUA, é que foi recobrado o alerta decorrente do acidente com o petroleiro Exxon-Valdez, que se chocou contra um recife, no Alasca, em 1989. Na época, vazaram 42 mil toneladas de petróleo, o que comprometeu cerca de 6 mil km2 do mar e o ecossistema local.
Vinte e um anos depois, se percebe que ainda é frágil o sistema de adaptação e mitigação a ocorrências desse porte, em plataformas marítimas e oleodutos. Estima-se que mais de 600 espécies de animais possam estar ameaçadas. Ao mesmo tempo é interessante observar, que além do aparato da guarda costeira, entre outras retaguardas operacionais governamentais, a população também se mobiliza para ajudar, afim de evitar que haja a morte indiscriminada da fauna contaminada com o óleo. É a mobilização socioambiental presente, mas que também fica de mãos atadas, por não saber lidar com certas circunstâncias de salvamento.
Tudo isso foi um alerta ao Brasil. Em notícia veiculada, pela Agência Estado/Gabriela Moreira, ontem (4), foi divulgada a formação de uma comissão por integrantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, da Petrobras e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o objetivo de estabelecer trabalho para prevenção e mapeamento de riscos em plataformas de petróleo nacionais.
A dificuldade de contenção apresentada no atual incidente apontou que é preciso maior atenção de caráter preventivo. Atualmente, o estado responde por cerca de 80% da produção petrolífera nacional, mas a iniciativa deverá ser ampliada aos demais estados produtores. No país, incidentes de grandes proporções ocorreram em 2000 e 2001, no RJ e no PR.
Fonte: Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk – www.twitter.com/SucenaSResk