A literatura e a filosofia chegam cada qual a um entendimento do mundo e dos humanos recorrendo a meios diferentes, na justa medida em que tanto a racionalidade quanto a sensualidade são caminhos necessários para a compreensão dos mesmos.
A literatura, por seu lado, pode instigar nas pessoas uma reflexão profunda revelando tanto o estranhamento do mundo, quanto a ansiedade na busca e na perda de rumo na vida, manifestando detalhes e minúcias da natureza humana.
A ideia de uma “sociedade líquida” deve- se, como todos sabem, a Bauman. Ela começou a se delinear com a corrente de pensar dita pós-moderna, um termo guarda-chuva que percorre os mais diversos fenômenos sociais, dentre os quais a filosofia e a literatura.
Hoje, a maré deste pensamento surge num crescendo e, diante desta vertiginosa época de empobrecimento espiritual, as pessoas devem buscar inspiração tanto na literatura, quanto na relação das pessoas com suas comunidades, naquilo que conhecemos sobre o nome de política.
Afinal, que rumo a humanidade está seguindo? Serão os seres humanos capazes de preverem o futuro, ou será que um novo conjunto de utopias será estabelecido?
Uma crise no conceito de comunidade de cidadãos, de onde emergiu um individualismo desenfreado, onde ninguém é mais companheiro de ninguém, mas seu adversário. A crise do Estado nacional e dos partidos políticos, o indivíduo levado também à perda de qualquer apelo a uma comunidade de valores onde pudesse se abrigar. E a própria sociedade vivendo um processo contínuo de precarização.
Nesse ponto cabe a pergunta: será que a literatura ainda é capaz de refletir a realidade social?
Carlos Russo Jr.
Convidamos à leitura de nossa ponderação em:https://www.proust.com.br/post/a-literatura-e-a-filosofia-sobreviver%C3%A3o-em-tempos-de-sociedade-l%C3%ADquida