“Para o coração não há códigos: e, se a piedade humana e a caridade cristã se devem enclausurar no peito de cada um, sem se manifestarem por atos concretos, em verdade vos digo aqui, que afrontando a lei, que todo escravo que assassina o seu senhor pratica um ato de legítima defesa.” Luís Gama.
Pese existirem registros de revoltas dos escravos desde o século XVII, foi no século XIX que a rebelião negra atingiu seu auge.
Edison Carneiro, um dos nossos maiores etnólogos, especializou-se em temas afro-brasileiros. Em “Antologia do negro no Brasil”, ele esquematizou a reação do negro contra a escravidão em quatro formatos básicos:
Revoltas organizadas tendo como objetivo a tomada do poder político, como os levantes armados dos negros Malêses na Bahia, que tiveram a duração de quase trinta anos.
Insurreições espontâneas, como a Balaiada no Maranhão.
A fuga para o mato e a formação dos Quilombos.
A organização dos “caifazes” de Luís Gama e de Antônio Bento.
Serviam de organizadores e auxiliares do movimento geral de fuga dos escravos das fazendas paulistas, negros que buscavam refúgio nos quilombos do Jabaquara e da Serra de Cubatão. Foram de enorme importância no desenvolvimento da consciência e da revolta negra.
Luiz Gama, “um baiano, o herói da abolição da escravatura em São Paulo”, nas palavras de Afonso Schmidt.
Um grito de inconformismo e luta ecoa ainda hoje, 150 anos após: Liberdade, Liberdade! O grito da consciência negra contra os preconceitos das elites carcomidas brasileiras!
Convidamos à leitura da íntegra de nosso ensaio.
Ilustração: Luiz Gama. Reprodução/MST.