Na Europa, a partir do século XVIII, expandindo-se posteriormente para outras regiões do mundo sob a égide do capital, foram condições de extrema exploração que marcaram as relações entre os trabalhadores e seus empregadores.
Não havia legislação que as regulamentassem e, sempre que houvesse mais oferta de mão de obra que postos de trabalho, os capitalistas impunham jornadas sem limites legais, pagando o que lhes fosse mais conveniente. Eram as condições de contratação dadas pelo mercado, sem nenhuma interferência regulatória.
Emile Zola vivenciou o nascimento do proletariado francês como classe social. Germinal“, de 1888, é um clássico, um romance que trata da vida numa comarca carvoeira do Norte da França. “Germinal” é também o nome do primeiro mês da primavera no calendário da Revolução Francesa. Zola associou as sementes das plantas à possibilidade de transformação social: “por mais que arranquemos o broto das mudanças, elas sempre voltarão a germinar”!
Em apenas um ano “Germinal” vendeu, na França, dez vezes mais exemplares que a Bíblia!
“Germinal” é ainda hoje, após mais de um século, um livro terrível que também nada perdeu de sua importância, quase nada da sua atualidade. Há nele trechos que são clássicos, antológicos, pois apresentam com clareza e simplicidade modelares a situação de extrema miséria do proletariado e o seu despertar.
A partir dos confrontos, de lutas, mas também de negociações, acordos, de conquistas, ao longo do século XX, foi se constituindo um sistema de leis regulatórias das relações entre capital e trabalho. O “estado de bem estar social”, implantado pós Segunda Guerra Mundial, no qual garantias foram asseguradas às classes não proprietárias, ocorreu sempre como resultado da capacidade de intervenção dos trabalhadores na configuração legal das relações de trabalho e de benefícios.
A partir da década de 1970, o avanço do neoliberalismo fez com que a História se assemelhasse a uma roda que gira para trás. Tudo aquilo que foi conquistado ao longo de décadas parece ao capital como obstáculo, a cada novo ciclo de crise e acumulação, tudo deve ser removido.
E a perspectiva das primeiras décadas do século XXI parecerem ser a de um retorno a etapas passadas, a condições perversas, de perdas do tudo o que já havia sido consolidado, principalmente em nosso país.
Uma pós- modernidade que é regressiva, voltada para o passado, na qual apenas uns poucos serão beneficiados.
Convidamos à leitura integral de nosso ensaio.