O ENEM foi uma importante conquista do povo brasileiro. Ao longo dos seus mais de 10 anos de existência, o exame foi se aprimorando, destacando-se o acréscimo aos seus objetivos a seleção para o ingresso no ensino superior e a criação do Sistema de Seleção Unificada (SISU), em que instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos(as) participantes do ENEM.
Em 2020, com a crise sanitária do COVID-19, surge também uma crise provocada pelo ministro do Ministério da Educação (MEC) e pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), momento em que, sem nenhuma consulta às instituições e movimentos da educação, foi definida a realização do exame em 2020 com cronograma das provas marcado para os dias 1º a 8 de novembro de 2020.
Agindo desta forma, o MEC e o INEP ignoram a problemática pela qual passa o País em função da crise gerada pelo Covid-19, além de prejudicar milhões de estudantes que não têm acesso aos meios de informações e à comunicação para se prepararem por Educação a distância (EAD).
Dessa forma, nos somamos à posição da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União dos Estudantes Secundaristas (UBES) e da Associação Nacional de Pós-Graduação (ANPG) pelo adiamento do ENEM. Nesse sentido, conclamamos a juventude rural para aderir e participar da Campanha Nacional da UNE, UBES e ANPG: 15 DE MAIO – DIA NACIONAL PELO ADIA ENEM, para que nenhum estudante tenha seu ingresso na Universidade prejudicado pela crise do Covid-19.
Para nós, que fazemos parte do Sistema Confederativo CONTAG (CONTAG, Federações e Sindicatos filiados), é inaceitável que o governo federal queira criar condições de igualdade de participação e concorrência num exame tão importante como é o ENEM, numa sociedade na qual as condições de oportunidades foram historicamente criadas de forma desigual, em especial para as populações do campo, da floresta e das águas.
Foto: Fabrício Martins