Norte-americanos: o tráfico negreiro e colônias escravocratas no Brasil

Na década de 30 do século XIX, o tráfico negreiro deixou de interessar aos interesses ingleses e durante vinte anos, entre 1831 e 1850, os navios com a bandeira norte-americana lideraram aquela atividade criminosa. Eles foram responsáveis por aproximadamente 60% de todo o transporte de escravos para o Brasil.

O estudioso americano E. Burghardt chamou a atenção para as relações entre os EUA e o Brasil, no período do tráfico negreiro: “O tráfico americano de escravos finalmente passou a ser conduzido principalmente por capital dos Estados Unidos, em navios dos Estados Unidos, comandados por cidadãos dos Estados Unidos e sob a bandeira dos Estados Unidos”.

O interesse nos Estados Unidos se dava primeiramente pelo altíssimo lucro obtido no comércio de carne humana. Um segundo lugar, devido à sua capacidade de construção de embarcações. Para aqueles traficantes de carne humana, a situação era perfeita: navios rápidos e com uma bandeira imune à fiscalização inglesa! Afinal, um escravo comprado na África por aproximadamente 40 dólares da época, (quando caçado, ainda menos), valia em terras brasileiras entre US$ 400 a US$ 1.200, dependendo “da peça”.

O próprio Reino Unido, que a partir de 1830 atuava para inibir o negócio milionário da escravidão, continuou consumindo produtos brasileiros produzidos com mão de obra escrava e fornecendo itens industrializados para o comércio de carne humana na África. Os traficantes americanos voltaram, então, suas atenções para Cuba, e lá permaneceram com o tráfico de carne humana por mais uma década.

Logo após o fim a Guerra Civil Norte-Americana, mais de 20 mil antigos combatentes do extinto “Exército Confederado”, dentre eles diversos líderes da prescrita organização terrorista Klan, imigraram do sul dos Estados Unidos para o Brasil. Eles vinham atraídos por subsídios e incentivos fiscais oferecidos por Dom Pedro II, que via com bons olhos a vinda de tais proprietários, “uma possibilidade de que auxiliassem a ocupar áreas devolutas” e desenvolver a economia, além de lhes oferecer “uma saída para a perseguição movida pelas tropas vitoriosas”.

Na realidade, ao invés de aceitarem a derrota da Guerra Civil, eles se mudaram para o Império do Brasil, para aqui estabelecer colônias escravocratas!

Convidamos à leitura de nossa crônica em: https://www.proust.com.br/post/norte-americanos-o-tr%C3%A1fico-negreiro-e-col%C3%B4nias-escravocratas-no-brasil

Imagem: Enforcamento do traficante de escravos Nathaniel Gordon em NY, 1826

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