Em agosto de 1519, Hernán Cortez saiu de Cuba para a conquista da cidade do México, a capital da civilização mais avançada das Américas, e não somente das Américas, no século XVI: a Asteca!
México era inovadora, linda, diferente, maravilhosa mesmo para olhos que teimavam tão somente em enxergar o que a cobiça e o roubo fossem capazes de carregar.
A civilização asteca, em seu conjunto, possuía uma íntima relação com a ciência do calendário, muito mais avançado que o dos europeus. Calendário com suas efemérides, estações do ano, previsão de estações chuvosas, dias sacralizados, etc.
A cidade alcançara um nível de planejamento urbanístico que as europeias pós-renascentistas tardariam pelo menos dois séculos para atingir!
O tráfego era regulamentado, as ruas pavimentadas continham passeios públicos; a construção dos edifícios profanos e religiosos era pautada pelo fausto e pela funcionalidade.
Toda a área urbana era cortada por diques de água e tinha suas “chinampas”, ilhas flutuantes de flores. O esgoto escoava por galerias subterrâneas e a água consumida pela população caminhava por dutos desde as montanhas, água límpida e pura.
A população possuía, pasmemos, registro censitário!
Em dezembro de 1520, a cidade do México caiu em mãos dos espanhóis. Quauhtemoc, seu último rei, foi feito prisioneiro e torturado com todos os instrumentos conhecidos pela Inquisição, mas nada contou sobre o tesouro de Montezuma. Enforcaram-no.
Até os dias de hoje, a maior parte daquele tesouro permanece desaparecido.
D. Juan de Zumarraga, o primeiro arcebispo do México, destruiu num gigantesco ato de fé, todos os escritos da civilização asteca que pode encontrar; bispos e padres imitaram-no e os soldados, com igual fanatismo, aniquilaram o que poderia restar.
Assim, ao estilo dos Imperialismos do século XX e XXI, uma civilização foi totalmente decapitada, em 1520, no espaço de somente um ano!
Convidamos à leitura de nossa crônica.