Imagem: Ribs
1. A história de Miguel se entrecruza com a da elite trombadinha brasileira e seu projeto de extermínio, que não poupa crianças, especialmente as pretas e filhas de pessoas obrigadas a se submeter a trabalhos em condições precárias.
2. A mãe de Miguel foi trabalhar mesmo na pandemia, mesmo o patrão tendo testado positivo para o covid-19 (Diário de Pernambuco), porque afinal, essa elite trombadinha não consegue levar os próprios cachorros para passear. A mãe, que trabalha como empregada doméstica em um prédio de luxo em Recife apesar de constar como funcionária da prefeitura de Tamandaré, a 103km da capital, onde o patrão é o prefeito, não foi dispensada do trabalho mesmo estando infectada com o vírus que ganhou dos patrões (Marco Zero). Escolas e creches estão fechadas. O filho acompanhou a mãe, empregada doméstica, sem direitos, paga com dinheiro público, ao trabalho.
3. O menino se impacientou por esperar a mãe que saiu para passear com o cachorro da patroa, tentou sair, na segunda tentativa, a empregadora da mãe de Miguel se livra do menino apertando o botão do elevador para um andar aleatório, acima do seu quinto andar, com a criança de cinco anos sozinha no seu interior. Se livrou, uma criança de cinco anos, não importa para onde. O menino desceu num andar sem proteção e na busca pela mãe caiu do nono andar. Não morreu de imediato, mas não resistiu aos ferimentos. A senhora foi acusada por homicídio culposo, foi presa em flagrante, pagou R$20.000,00 (vinte mil reais) e foi liberada sob fiança (G1).
- Confira todas as colunas: