Em meio a especulações sobre tratamentos alternativos para a covid-19 ou a prevenção ao coronavirus, a Associação Brasileira de Agnosia divulgou uma nota pública, assinada por seu presidente, Leopoldo C. Baratto, em que alerta contra o risco de exposição ao coronavírus ou tratamento inadequado à covid-19 devido à crença nesse tipo de fakenews. Confira a nota:
Desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), inúmeras fakenews a respeito do uso de plantas medicinais ou remédios caseiros à base de ervas para prevenir, tratar ou curar a COVID-19 têm surgido, sobretudo nas mídias sociais. Estas notícias falsas têm levado parte da população a adotar medidas equivocadas, colocando em risco suas próprias vidas e as de outras pessoas da comunidade.
A fakenews mais recente trata-se do “boldo”, que seria capaz de curar em três horas os sintomas da COVID-19. As notícias não fazem distinção entre as espécies conhecidas popularmente como “boldo” (Peumus boldus, Plectranthus barbatus, Vernonia condensata e outras), além de que não existem evidências científicas para nenhuma dessas espécies que embasem o seu uso contra o coronavírus. Da mesma forma, outras notícias que circulam na internet desde meados de março de 2020, como chá de erva-doce; chá de limão, alho e folhas de jambu (associado a paracetamol); água de alho recém-fervida; chá de casca da quina-quina (murta-do-mato); água tônica; suco de limão; vapor de eucalipto; e tantas outras, são todas falsas.
Neste contexto, a Sociedade Brasileira de Farmacognosia (SBFgnosia) enfatiza que não existe até esta data nenhuma planta ou extrato vegetal ou preparação à base de plantas que possam prevenir, tratar ou curar os sintomas da COVID-19. A Organização Mundial da Saúde, as sociedades científicas da área da saúde e as principais autoridades médicas do mundo inteiro reconhecem que não há nenhuma substância, vacina, planta ou qualquer outro recurso capaz de curar ou prevenir a doença. O uso de plantas medicinais para aliviar sintomas comuns aos resfriados e às gripes é uma prática corriqueira, mas deve-se ter em mente que o uso indiscriminado de plantas ou extratos, ainda mais associados a medicamentos, pode provocar efeitos adversos, interações medicamentosas e quadros de intoxicação.
No momento, cientistas do mundo inteiro buscam incansavelmente um tratamento eficaz e seguro, pesquisando fármacos e produção de vacinas para a COVID-19, mas, pelo menos por enquanto, não há evidências científicas robustas de que alguma substância possa tratar a doença.
Portanto, no caso do novo coronavírus, a melhor forma de se prevenir ainda é o distanciamento social, a higienização das mãos e dos objetos, e o uso de máscaras.
Se puder, fique em casa!