Dia 105 (469) – Ano 2 – Sobre calote e caridade

Imagem: Jota Camelo – Facebook

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1. Está mais que na hora de lutar pela tributação das grandes fortunas. A parte do país que enriquece à custa da vida e morte de outros, sem agregar trabalho real, sem produzir, graças unicamente à concentração do capital e à inércia dos juros das operações financeiras. A sovina e predadora elite trombadinha. Enquanto onerou os trabalhadores, aposentados, órfãos, viúvas e deficientes, a reforma da previdência ignorou solenemente R$426 bilhões em dívidas de grandes empresas. Assim, premiou a sonegação e a desonestidade do grande capital, que sequer devolveu a parcela descontada dos trabalhadores e que não foi repassada. Imagina se os bancos tivessem que fazer essa devolução agora, aos trabalhadores e famílias que lesaram, a quantia corrigida pelos mesmos juros que cobram pelo uso do cheque especial..

2. O valor de R$426,07 bilhões é de 2016, e o suposto déficit (contestado pela CPI da Previdência e pelos Auditores Fiscais ) era três vezes menor que essa dívida. Grandes bancos, grandes empresas e mineradoras compunham a lista dos 500 maiores devedores da Previdência. A Vale S.A., por exemplo, está nessa lista.

3. O cinismo da elite trombadinha é tanto que um banco com uma dívida com a Previdência de R$393 bilhões, em valores de 2019, “doou” um bilhão de reais para o combate ao coronavírus. O dinheiro deve ter sido retirado da rubrica de marketing, porque teve direito a grande publicidade pela incrível façanha que será, pasmem, provavelmente descontada dos impostos, não da dívida, mas do que ainda vai vencer. E viva a caridade do capital financeiro!!

4. O imposto sobre as grandes fortunas é necessário para que se tenha justiça tributária e está previsto na constituição. Como também está previsto que o grande capital pague as suas dívidas para com o fisco.

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