Dia 97 (462) – Ano 2 – Pantomima diante da pandemia

Imagem: Geuvar

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1.A China cede à pressão estadunidense e cancela venda de carga de respiradores que já estava a caminho do Brasil, a Venezuela, que respeita a parceria internacional, recebe da mesma China, 77 toneladas de insumos médicos, incluindo testes rápidos, ventiladores, tomógrafos, desfibriladores e máscaras, e uma equipe de especialistas médicos (G1). Quais as ações do ministério da saúde para o real combate à pandemia? Está estimulando a fabricação de respiradores localmente em quantidade suficiente para suprir as necessidades que podem estar por vir? Qual quantidade de leitos emergenciais está sendo providenciada? Qual o volume de repasse? Que tecnologias está utilizando para proteger os profissionais de saúde envolvidos? Não nos interessa as intrigas, o ciúme ou as declarações estapafúrdias de ajudantes de ordens desqualificados e horoscopistas da corte.

2. O sítio do ministério da Saúde informa, em 4 de abril, que comprou 15 mil respiradores mecânicos, da China, com expectativa de que cheguem nas próximas semanas. Chegarão? Estão entre os interceptados? Se chegarem, são suficientes? É o equivalente a apenas 555 por unidade da federação. Até as baratas que circulam no planalto sabem que as atitudes do síndico disfuncional e de seus seguidores, genocidas, apontam para, sem um isolamento efetivo, uma demanda muito superior a isso.

3. Em 1918 a gripe espanhola causou pelo menos 35.000 mortes no Brasil. Claro que a população pobre e trabalhadores foram os mais atingidos, sem assistência médica e condições sanitárias adequadas, e sem a possibilidade de afastamento do trabalho, se tornaram vítimas preferenciais. Em São Paulo 2/3 da população foi infectada e foram necessários 66 dias de quarentena na capital paulista para reduzir as mortes provocadas pela pandemia. Esse mesmo isolamento que o capitão e seus abutres lutam contra hoje, porque sabem que a morte tem endereço, raça e classe preferenciais. Alguns componentes da elite trombadinha possivelmente irão a óbito, mesmo assistidos, mas a grande massa de trabalhadores é que vai sofrer mais diretamente o impacto. Pressionados a se exporem, sem assistência adequada de saúde, ou mesmo funerária.

4. A gripe veio apenas um ano depois da greve geral de 1917, a classe operária engatinhava na sua organização no país. Um jornal paulista informava que o Cemitério da Consolação enterrava seus mortos de classe média e de elite 24 horas por dia. As luzes nunca se apagavam. As valas comuns não cabiam a quantidade de pobres dizimados. A Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro reclamava, em outubro de 1918, da “desídia criminosa do governo”.

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