Dia 282/365 – Sobre palíndromos, sonhos equatorianos e sambas revolucionários

Imagem: Luís Y. – MAS Equador https://litci.org/pt/mundo/america-latina/equador/equador-continua-o-levante-contra-o-pacote/

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1. Hoje é o dia 282, que é um palíndromo numa data que também é um palíndromo. Isso poderia ter um significado maior no universo, tipo assim, todos os povos se dirigissem ao planalto, ou à semelhança do país preferido dos bolsomínions, um pedido de impeachment começar a tramitar, ou ainda a justiça ter a coragem de cassar a chapa que se elegeu com propaganda criminosa, afinal o whatsapp já confessou, os deputados do PSL já afirmaram que houve utilização de pacotes de forma ilegal e algumas empresas já foram identificadas, como por exemplo aquela do senhor que se fantasia de visconde de sabugosa.

2. Mas o belo adormecido do TSE não acordou e as instituições por aqui são controladas por pessoas como o conge, o tchutchuca, o powerpoint e todos esses apelidos nefastos.

3. Os bons ventos que sopram do Equador, um levante popular espetacular contra o neoliberal Lenin Moreno, poderiam também, como sementes, chegar até nós. As imagens do levante impressionam. Seria, definitivamente, saudável respirar esses ares, longe dessa necropolítica que respiramos cotidianamente.

4. Por aqui algumas estruturas se abalam. A queda de braço entre o partido do presidente e o próprio presidente é interessante de observar. Dizem que disputam o dinheiro que a legenda recebe dos cofres públicos. Vale pegar cadeirinha e pipoca e assistir como um filme classe b, desses que você pode assistir em qualquer telinha enquanto faz alguma tarefa mais mecânica.

5. O ex-capitão, com lealdade, diz para esquecer o partido que, por sua vez, se diz maior que o presidente. Coisas da masculinidade tóxica. O mal estar se dá a partir da revelação do plano de caixa 2 nas eleições presidenciais, a partir do esquema do partido com as candidaturas femininas. Nos momentos de muita baixaria, sugiro que desligue o som e ouça um bolero.

6. O mesquinho e pequeno síndico disfuncional ameaçou não assinar o diploma do prêmio Camões ganho pelo imenso e generoso Chico Buarque de Hollanda. A resposta de Chico foi excelente: considera a falta de assinatura um segundo prêmio. E, para terminar o dia de hoje, vão uns versos, do mesmo Chico, para o síndico:

“Não sei se é para ficar exultante
Meu querido rapaz
Mas aqui ninguém o aguenta mais
São três horas, o samba tá quente..”
(Deixa a menina, Chico Buarque)

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