Dia 234/365 – Premissas esclarecedoras no mundo da terra plana

Imagem: Vitor Teixeira https://www.humorpolitico.com.br/tag/a-terra-e-plana/

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Espalhadas ao longo do tempo de forma atabalhoada, algumas premissas esclarecedoras resgatadas aqui para verificação.

1. O exército brasileiro estaria pronto para invadir a Venezuela, se necessário, e lutar pelo petróleo que Trump quer. Em determinado momento todas as cartas estavam, ameaçadoramente, na mesa. Mas para lutar pela vida no país, contra as queimadas na Amazônia, por exemplo, não tem recursos nem para almoço dos recrutas. Em seis meses. Difícil fechar as duas situações em uma única equação.

2. O exército de Israel, com eficiência cantada em prosa e verso, e a possibilidade de nos vender equipamentos e sistemas, veio a Brumadinho para ajudar no resgate das vítimas. Posou para uma fotografia e atolou. Teve que ser resgatado e não teve utilidade na luta pela vida, talvez porque seja treinado para matar. Deu despesas e muito trabalho em vez de ajudar, e foi embora.

3. Um policial militar manteve sua família refém, a negociação durou 14 horas e foi um sucesso. Com paciência, determinação e respeito, como deve ser tratada uma pessoa em surto. Não houve uma execução sumária por um atirador que não é de elite, porque esses provavelmente sabem atirar para imobilizar. Temos atiradores que representam a elite, aquela trombadinha que leva o país para o desastre, e vibra.

4. Não há recursos para as Universidades Públicas, que ficam sem energia, sem segurança, e com alunos sem aulas, mas há recursos públicos suficientes para comprar a vaga do bolsofilho em Washington.

Cada gesto calculado, cada centímetro de destruição pensado, cada palavra grosseira e vulgar na hora certa. Os terraplanistas na cruzada da negação de qualquer evidência, de qualquer ciência, a qualquer preço.

5. Como nada precisa ser baseado na vida real, a reforma da previdência que foi apresentada como única saída para a economia, não se sabe de quem, depois de aprovada através da compra de votos, já não é bem assim, não é mais a saída para todos os nossos problemas. Agora é necessário um novo imposto, urgente, com os mesmos pretextos, uma CPMF, com outro nome, lógico, para disfarçar, terá um codinome e andará de óculos escuros.

E assim continuamos nesse zigue-zague semântico a sermos empurrados para a borda da terra plana.

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