Dia 231/365 – Sobre a memória

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Memória

“Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão”.
Carlos Drummond de Andrade

1. A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma, em seu art. 19, que “[…] todo indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras” (Assembleia Geral das Nações Unidas, 1948, Art. 19).

2. A Convenção Americana de Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, declara que “toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha” (Organização dos Estados Americanos, 1969, Art. 13).

3. Os dois pontos acima são para lembrar que a liberdade de expressão, além de direito fundamental, foi conquistada através das lutas de diversos povos. Também os longos e complexos códigos jurídicos são duras conquistas, que os conges, parças & associados, acham que podem destruir com algumas palavrinhas ao twitter.

4. Um artigo no jornal GGN, do colunista Álvaro Miranda, nos lembra que o sistema judiciário tem sido objeto da filosofia política desde Aristóteles, o que nos faz pensar que o processo civilizatório necessita das reflexões da filosofia e da ciência política para existir.

5. Avesso a qualquer forma de pensamento crítico, os ocupantes do Planalto fazem esforços para destruir as possibilidades de análise, por parte da população, do que hoje ocorre no país, para tanto ataca com virulência as ciências humanas, em particular a sociologia e a filosofia. O obscurantismo como princípio pretende impedir a ação da população. Na longa história da humanidade, sempre existiram aqueles que entendem que os territórios estão ali para que eles se locupletem.

6. Esses tempos tenebrosos de pós-verdades e violência não são novidades na história, e o grande papel dos historiadores é exatamente fazer a revisão das narrativas dos que se acham DONOS da história. Tentar restabelecer a verdade dos fatos. Os historiadores estão aí para que ninguém consiga fraudar permanentemente a memória de um povo.

Hoje esse diário é dedicado a todos aqueles que têm como ofício investigar e interpretar criticamente os acontecimentos, buscando resgatar a memória da humanidade, ampliar a compreensão da condição humana.

Hoje é o dia do(a) Historiador(a), com H maiúsculo.

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  1. Diário Não Oficial do Brasil

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