Foto de Dândara Genelhú: Marcha dos estudantes da UFMS em novembro de 2018, em defesa da universidade.
O controle ideológico das universidades avança de modo implacável sobre as instituições da esfera federal. No dia 11 de julho, o Diário Oficial da União publicou a cessão de uma servidora da Agência Brasileira de Informação (ABIN) para atuar de modo comissionado como assessora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
A liberação da funcionária foi feita pelo ministro chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, General Augusto Heleno Pereira, dando sequência a medidas adotas pelo governo que esvaziam poderes e ameaçam liberdades acadêmicas.
Em maio, o presidente Jair Bolsonaro editou um decreto retirando dos reitores de universidades e institutos federais de ensino a prerrogativa de nomear cargos em comissão e funções de confiança, entre eles os pró-reitores e diretores.
Pelo decreto, a nomeação e demissão de ocupantes desses cargos precisa do aval do Ministério da Educação, da Casa Civil e da Secretaria do Governo.
O decreto gerou protestos e manifestações da comunidade acadêmica e científica que, no entanto, não bastaram para interromper a intromissão do governo nas decisões internas das instituições, nem os projetos que favorecem a privatização da vida acadêmica, como é o caso do Future-se, anunciado pelo ministro Abraham Weintraub.