Diário Não Oficial do Brasil – Dia 177/365

O congegate segue… mas hoje é um dia melancólico, com gosto de pós-mentiras.

“Olha pro céu, meu amor
Vê como ele está lindo
Olha praquele balão multicor
Como no céu vai sumindo”

1. As festas juninas trouxeram mais luz sobre o caos do país, colocaram mais clareza ainda sobre quem é quem nesse jogo de tabuleiro, sobre quem apoia o crime de forma aberta e despudorada. Triste. Mas sempre poderemos, na poesia boa dos festejos, nos imaginar na carona de um balão, deixando para trás, bem distante, a terra plana.

2. O Supremo sendo Supremo, com tudo. Quem disse que o spoiler de Jucá tinha perdido a validade se enganou, o golpe está em curso.

3. O dado positivo é que não houve rejeição ao processo de suspeição do conge, mesmo que não o julguem agora, a espada de Dâmocles continua suspensa. E não dá mais para ignorar que um ex-juiz não cumpriu com correção o serviço para o qual foi contratado, e deixou um enorme rastro de lambança.

4. Talvez para aclarar um pouco mais a natureza e as implicações do momento em que vivemos por aqui, temos o caso de um militar brasileiro, preso no aeroporto de Sevilha, Espanha, suspeito de tráfico de drogas em um avião da FAB. Supostamente a droga embarcou aqui no brasil, ninguém notou, ninguém controlou. A aeronave, no caso, segundo o radar da veja, é o avião reserva do presidente. Não sabemos o que pensam os generais que batem na mesa. Mas a verdade é que, com ou sem farda, o uso de aeroportos e aeronaves para o tráfico de drogas, assim como fuzilamento de pretos e pobres, não parecem ter mais a capacidade de despertar o pudor ou a indignação no país de Queiroz.

E vai a marchinha dos corinthianos, adaptada para tentar traduzir essa coisa toda:

“Doutor, eu não me engano
Esse pessoal é miliciano…”

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