Mulheres Indígenas discutem protagonismo feminino

Foto: Tanus Cruz

Pela primeira vez foi realizada, dentro da programação oficial do Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia promovido pelo MUPOIBA, a Assembleia de Mulheres Indígenas. O encontro aconteceu na noite do segundo dia de atividades (8/5) do 3º ATL BA 2019 . Dezenas de mulheres indígenas participaram.

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Foto: Vanessa Pataxó

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Foto: Tanus Cruz

A Bahia tem cerca de 200 caciques, destes apenas 11 são mulheres. O desafio do protagonismo feminino é histórico. A Cacica Maria Kiriri, uma das 11 cacicas baianas, comenta: “Eu fui uma das primeiras mulheres a me tornar Cacica no estado da Bahia. Eu, enquanto mulher indígena mãe e esposa, sempre me posicionei na minha comunidade. Mesmo sendo Cacica sempre respeitei a fala e a atuação dos homens, ao contrário do que acontece, quando o papel é inverso.”

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Foto: Tanus Cruz – Cacica Fia

As principais pautas discutidas na Assembleia de Mulheres Indígenas foram: (1) a atuação feminina nas decisões da comunidade – através de plenárias, viagens-; (2) a presença feminina nos diferentes espaços de poder; (3) a igualdade nas divisões de funções dentro de fora do movimento; (4) a importância da união do movimento das mulheres indígenas da Bahia e (5) o fortalecimento do movimento de mulheres indígenas baianas junto ao movimento nacional. Também foram debatidos na plenária sobre a aplicação da lei Maria da Penha nas comunidades indígenas, como moldar essa lei para as especialidades das mulheres indígenas.

A Assembleia foi mediada por duas mulheres, grandes incentivadoras do debate sobre a afirmação feminina indígena dentro e fora das duas comunidades: Kandara Pataxó e Nádia Akauã Tupinambá.

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foto: Vanessa Pataxó – Nádia Akauã Tupinambá (esquerda) e Kandara Pataxó (direita)

Ao final da Assembleia de Mulheres Indígenas foram tirados encaminhamentos. Foram elas: (1) o Mupoiba deverá construir “Encontro das Mulheres Indígenas a nível estadual” e (2) no próximo Acampamento os homens deverão ficar responsáveis pela alimentação do evento. Também foram registradas recomendações ao movimento: (1) destaque a importância da presença masculina durante os debates sobre a temática das mulheres indígenas e (2) a necessidade da participação igualitária (homens e mulheres) na composição da programação dos acampamentos, principalmente nas mesas e espaços de discussão.

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foto: Tanus Cruz

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foto: Vitor Pataxó

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Foto: Tanus Cruz

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Foto: Tanus Cruz

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Foto: Tanus Cruz

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Foto: Tanus Cruz

Vaquinha Virtual

Para chegar em Salvador e manter o Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia – ATL BA 2019 foi criada vaquinha virtual. O dinheiro coletado será utilizado na compra de alimentos, materiais de limpeza, materiais para manutenção das barracas; bem como no pagamento do deslocamento dos indígenas para o acampamento e durante o acampamento para as audiências junto aos órgãos de estado. O movimento indígena baiano pede seu apoio. Toda ajuda é bem vinda! O link é :

http://vaka.me/529814

3º Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia – 3º ATL BA 2019

A 3ª edição do Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia (ATL BA 2019) acontece entre os dias 07 e 10 de maio de 2019, em Salvador – Bahia. Cerca de 600 indígenas, de 23 povos indígenas e suas mais de 140 comunidades da Bahia participam. As atividades estão concentradas na frente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA), localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
O encontro ocorre há três anos em caráter pacífico. Com o lema “Nenhum Direito a Menos!”, o Acampamento promove discussões entre indígenas, órgãos do governo e a sociedade seus direitos territoriais, educação, saúde, mulheres, juventude, infraestrutura, produção e meio ambiente. Em 2019, as principais pautas são Demarcação das Terras Indígenas, Educação e Saúde. O Movimento Unido dos Povos e Comunidades Indígenas da Bahia (MUPOIBA) organiza o acampamento, com apoio de diversos parceiros.

Comunicação Compartilhada do 3º ATL BA 2019

A comunicação compartilhada é o meio no qual atividades jornalísticas coletivas são criadas pelo encontro das mídias livres. Ela é estratégica para o fortalecimento da democracia num momento histórico marcado pela propagação do ódio e da violência com uso das tecnologias de comunicação. A comunicação compartilhada potencializa e é meio para a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), destaca Alessandro Sanches Pereira (Presidente do Instituto 17). E complementa: “ela auxilia na promoção de parcerias eficazes, estratégias mobilização e ações para o desenvolvimento sustentável, com vistas a garantia de que todos os seres humanos possam realizar o seu potencial com dignidade e igualdade, num ambiente saudável (ODS 17 – parcerias e meios de implementação).”
O Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), em parceira com o PET Comunidade Indígenas da UFBA, o Instituto Hori/TV Kirimurê, o Instituto 17 e a Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada fazem parte da cobertura compartilhada do 3º ATL BA 2019

INFORMAÇÕES À IMPRENSA

Vanessa Pataxó:71 9 9159 5487
Carla Tuxá: 71 9 8785 7440

E-mail: acampamentoindigenaba2019@gmail.com

#nenhumdireitoamenos #digaaopovoquelutelutaremos

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