Bahia terá cobertura compartilhada no 3º Acampamento Indígena

foto: Vinicius Oliveira/MTST

Ontem, 5 de maio de 2019, foi realizada a 1ª Oficina de Educomunicação para povos e organizações indígenas da Bahia, em Salvador. Participaram 20 pessoas, entre indígenas e jornalistas apoiadores da causa. A atividade dividiu-se em dois momentos. O primeiro discutiu comunicação, produção de conteúdos para diferentes mídias, uso de celular para cobertura da comunicação e atividade prática. O segundo momento tratou do planejamento da cobertura compartilhada do 3º Acampamento de Povos Indígenas da Bahia (ATL BA 2019), equipe, programação e produção das pautas. A oficina encerrou com a apresentação de vídeos de produzidos no encontro fazendo chamada para atividades do 3º ATL BA.

A Oficina foi organizada numa parceria entre o Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), em conjunto com o Programa PET Comunidades Indígenas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Instituto Hori e o Instituto 17. Apoiaram a iniciativa a Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, a TV Kirimurê e o Território Metropolitano de Salvador.

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foto: Vinicius Oliveira/MTST

O coordenador geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), Kâhu Pataxó, participou da Oficina. Ele destacou sua relevância e da comunicação compartilhada como potencializadora de mobilização e parcerias. Kâhu também ressaltou a compreensão do Movimento Indígena em relação à importância da comunicação e uso de suas diversas estratégias para potencializar as ações de militância e defesa de direitos indígenas: “entendemos que a militância que fazemos na rua não é suficiente. Precisamos agregar e acessar outros espaços. Por isso estamos fazendo está oficina. A militância digital é fundamental para enfrentar esse momento que enfrentamos no Brasil”.

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foto: Vinicius Oliveira/MTST

Cicilha Pataxó do território indígena comexatiba, estudante indígena da universidade federal da Bahia e integrante do PET comunidades indígenas UFBA, falou sobre a atividade: “tivemos a oportunidade de nos aproximar ainda mais dos meios de comunicação e mídia, também foi nos apresentado algumas ferramentas e técnicas de produção de áudio visual”. E ela termina comentando sobre oo 3º ATL BA e de como a comunicação auxiliará na divulgação das pautas indígenas: “posso concluir que o nosso acampamento neste ano será mais um espaço de grande aprendizado e nessa terceira edição vamos também nos atentar para as mídias dando mais visibilidade para os nossos povos indígenas e suas realidades”.

Cristiano Pedreira, presidente do Instituto Hori, também participou da atividade. Ele concorda com Kâhu Pataxó e comentou sobre a “imprescindibilidade da visibilização das ações dos movimentos sociais junto à sociedade”. Destacou, também, a importância da capacitação de pessoas para fazerem o dialogo entre as suas trajetórias e a educação. E concluiu reforçando que “quando estimulamos as pessoas a produzirem conteúdos para as redes sociais, isso se torna importante elemento de contraponto aos discursos de ódio que aí estão”. A comunicação compartilhada é um dos caminhos a serem seguidos e estimulados! Ela potencializa estratégias de mobilização e oportuniza meios de desenvolvimento sustentável, destaca Pedreira.

A comunicação compartilhada é o meio no qual atividades jornalísticas coletivas são criadas pelo encontro das mídias livres. Ela é estratégica para o fortalecimento da democracia num momento histórico marcado pela propagação do ódio e da violência com uso das tecnologias de comunicação. A comunicação compartilhada potencializa e é meio para a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), destaca Alessandro Sanches Pereira (Presidente do Instituto 17). E complementa: “ela auxilia na promoção de parcerias eficazes, estratégias mobilização e ações para o desenvolvimento sustentável, com vistas a garantia de que todos os seres humanos possam realizar o seu potencial com dignidade e igualdade, num ambiente saudável (ODS 17 – parcerias e meios de implementação).”

Contato da comunicação compartilhada do Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia 2019 (ATL BA 2019):

acampamentoindigenabahia2019@gmail.com

Sobre o Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia – ATL BA 2019
A 3ª edição do Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia (ATL BA 2019) será realizada entre os dias 07 e 10 de maio de 2019, em Salvador – Bahia. Cerca de 600 indígenas, de 23 povos indígenas e suas mais de 140 comunidades da Bahia são esperados. Suas atividades estarão concentradas na frente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA), localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O encontro ocorre há três anos em caráter pacífico. Nele, os indígenas discutirão com os órgãos do governo e a sociedade seus direitos territoriais, educação, saúde, mulheres, juventude, infraestrutura, produção e meio ambiente. Em 2019, as principais pautas são Demarcação das Terras Indígenas, Educação e Saúde. O Movimento Unido dos Povos e Comunidades Indígenas da Bahia (MUPOIBA) organiza o acampamento, com apoio, entre outros, do Programa PET Comunidades Indígenas da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Vaquinha Virtual

Para chegar em Salvador e manter o Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia – ATL BA 2019 foi criada vaquinha virtual. O dinheiro coletado será utilizado na compra de alimentos, materiais de limpeza, materiais para manutenção das barracas; bem como no pagamento do deslocamento dos indígenas para o acampamento e durante o acampamento para as audiências junto aos órgãos de estado. O movimento indígena baiano pede seu apoio.

vaquinha virtual
http://vaka.me/529814
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