Tupinambá desaparecido no Sul da Bahia

Foto: acervo Tupinambá

Está desaparecido desde 22 de fevereiro o indígena Deivid Charle dos Santos, morador da aldeia Patiburi no Território Indígena Tupinambá de Belmonte – sul da Bahia. Segundo a família, Deivid retornava de viagem após passar oito meses trabalhando em São Paulo. Ele saiu da casa da mãe em Eunápolis, pegou uma motocicleta emprestada para ir para sua casa na aldeia – a cerca de 140 km de distância – e sumiu.

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Foto: acervo Tupinambá – Estrada para o TI Tupinambá de Belmonte

O fato foi registrado junto à 1ª Delegacia Territorial de Eunápolis no dia 25/02/2019 (Boletim de Ocorrência n.19-01188) pela irmã. Segundo a Cacica Cátia, madrasta de Deivid, por temor relacionado aos conflitos fundiários existentes na região, no momento do registro do desaparecimento não foi informado que Deivid é indígena.

Entenda o caso da Cacica Cátia: http://www.ciranda.net/Terra-Indigena-Tupinamba-de?lang=pt_br

A família de Deivid está preocupadíssima. Segundo a madrasta: “o sentimento é de tristeza, tensão e impotência. São 20 dias de desaparecimento, sem notícias”. A Associação dos/as Advogados/as dos Povos Indígenas da Bahia (AAPIBA) acompanha o caso e informou à reportagem que vê a situação com bastante preocupação.

Segundo a Polícia Civil do Estado da Bahia as investigações estão em andamento. O órgão que acompanha a situação da Cacica Cátia no âmbito do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia informou que assim que teve conhecimento sobre o desaparecimento de Deivid Charle dos Santos, familiar da Cacica Cátia, passou a acompanhar a situação, tomando providências para garantir a sua resolução (nota da SJDHDS:13.03_nota_a_bahia_ciranda-sjdhds.pdf ).

Após 20 dias do desaparecimento, o caso continua sem solução.

Deivid Charle dos Santos tem 32 anos, é servidor público concursado da Prefeitura Municipal de Belmonte, separado, com dois filhos, e tem residência na aldeia Patiburi. Além disso, é enteado da Cacica Cátia Tupinambá – liderança da Terra Indígena Tupinambá de Belmonte – reconhecida defensora dos direitos humanos que se encontra em situação de risco de morte e é acompanhada pelo Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).

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