Relatos permeados de lágrimas e afetos. Mulheres de Argélia, Tunísia, Marrocos, México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Senegal e Itália se reuniram em um grupo de trabalho na Cúpula de Mães de Migrantes Desaparecidos com o objetivo de trocar estratégias coletivas e compartilhar mecanismos que facilitem a busca de seus filhos e entes desaparecidos.
Elas cobram dos Estados medidas efetivas e reconhecem a importância de sensibilizar a sociedade em geral, para ter cada vez mais apoio em sua luta. Por isso as mães centroamericanas realizam caravanas anuais desde a América Central até o México, o que além de dar visibilidade, consiste num espaço de formação e articulação entre as próprias mulheres. E, nessa edição, a caravana chegou justo a tempo de encontrar mulheres de outras partes do mundo que passam por dramas parecidos, que compartilham a mesma luta.
Este ano outra caravana partiu de Honduras, passando por El Salvador, Nicarágua e Guatemala, e chega agora com milhares de pessoas ao México rumo aos Estados Unidos. Apesar de que Trump anunciou que a recepção na fronteira será militar, a caravana segue, e conta com toda uma rede de solidariedade em sua passagem pelo México, mas também enfrenta preconceito, precariedade e violência. Trata-se de um ato concreto de imensa força, mas também de grande valor simbólico: os migrantes se recusam a esconder sua situação e, sendo muitos, se unem, exigindo que seu direito de migrar seja garantido com dignidade.
O Fórum Social Mundial de Migrações ocorreu de 02 a 04 de novembro na cidade do México. As mulheres se re-conheceram, se fortaleceram e deram visibilidade a essa problemática crescente e global. “As mães unidas jamais serão vencidas”, disse uma das implacáveis guerreiras de El Salvador.