Tudo junto e misturado, tudo conectado no Rio2C

O Rio Content Market cresceu e deu lugar ao Rio2C, unindo Audiovisual, Música e Inovação com criatividade e temas diversos.

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A abertura oficial do evento contou com a apresentação inicial de Carla Esmeralda, curadora geral, e de Rafael Lazarini, criador do Rio2C. Em seguida foi realizada uma homenagem ao produtor cultural Abraham Medina, que começou sua carreira profissional consertando pianos e vendendo eletrodomésticos, mais tarde abriu sua própria loja, chamada Rei da Voz e patrocinou o programa de Francisco Alves na Rádio Nacional, com intuito de impulsionar as vendas de seus produtos.

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A criatividade e o empreendedorismo foram herdados por seu filho Roberto Medina, cuja maior criação foi o Rock in Rio. Roberto não pára de inovar e assim “fez o pitching” (apresentação do produto em busca de patrocinadores neste caso) de seu novo projeto, ainda mais ousado: Zytrons – Planeta de Andrômeda, que contará com pirâmide gigante no cenário, personagens e diversos elementos que parecem ter saído de filmes de ficção e de parques temáticos, além de mega concertos de bandas, orquestra e Cirque du Soleil.

No audiovisual, os pitchings de filmes de ficção e documentários deram uma ideia dos diversos temas das futuras produções – drags, áfrica, Amazônia e muitos outros.

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A temática LGBT e os problemas sociais estiveram presentes no Rio2C:

Durante a apresentação da nova série “Como Nascem os Fortes” uma das personagens em destaque foi a de Shakira\Ramirinho, interpretada por Jesuíta Barbosa, que mostra um outro tipo de força, a força silenciosa, a força que cala mas segura. Ramirinho assume a identidade de Shakira à noite, fazendo shows, com firmeza para ser quem deseja apesar da pressão da sociedade.

Na palestra sobre Documentário Global, a produtora Vice, que está em mais de 55 países, apresentou a série LGBT Gaycation

No debate “Além da Música” Johnny Hooker falou sobre sua carreira e seu papel na sociedade “Quando você é um adolescente você se sente um ET… Através da música você pode mover montanhas de transformação social. Se você tem essa voz política, você tem que usar”. No início da carreira ele ficou impressionado com o filme “Na Cama com Madonna”, uma popstar falando de questões como a AIDS. Isso lhe marcou muito. Ele reconhece que é considerado como um representante gay, nordestino: “Vi que precisava ser mais direto, colocar a voz mais ativamente nessas questões”.

Emicida também enfatizou o poder da música: “Você não consegue se inserir nesse ambiente se não tiver consciência das mudanças que precisam acontecer na sociedade…”. Através do disco dos Racionais de 1993 ele percebeu pela primeira vez que problemas como desigualdade social e racismo não eram exclusivamente dele e das pessoas do seu bairro: “Eles deram uma visão ampla daquilo com uma linguagem que fala diretamente com a gente. Aquilo não era uma visão distante de alguém que tinha politizado a pobreza… Era uma narração do nosso cotidiano. A partir desse momento eu nunca mais me desconectei dessa força transformadora que é o hip hop”. “Eu acho que o hip hop sempre me fez olhar para a música como um instrumento de transformação”.

Karol Conka completa “Eu percebi que a música transforma, quando é carregada de mensagens que reeduca”.

A representatividade feminina se fez presente no evento. Mais detalhes na matéria específica:http://www.ciranda.net/Nao-vamos-esquecer-do-seguinte

A importância do Branded Content, as marcas como produtoras de conteúdo, ficou ainda mais evidente nas palestras. A propaganda direta já não tem mais tanta força, o público precisa se identificar com os valores da marca, a comunicação passa a ser feita de uma forma mais eficaz e direcionada ao público que se pretende atingir.

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O reconhecimento dos influenciadores digitais também foi outro ponto bastante comentado nas palestras, destacando a originalidade e criatividade dos mesmos. Um dos exemplos citados foi o do “Vendedor Sincero” do canal Autofix, cujos vídeos impulsionaram as vendas.

A necessidade do agora, do instantâneo e a utilização dos smartphones para todas as atividades foram outros temas constantes nas apresentações.

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A onipresença começa a se tornar possível via Realidade Virtual, que faz você vivenciar diferentes situações, como participar de um show de rock ou estar no meio de uma tragédia como a que ocorreu em Mariana. Enquanto isso a Realidade Aumentada permite ver informações adicionais de algo que lhe interessa.

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Através do Machine Learning e da Inteligência Artificial certas ações passam a ser realizadas de forma automática e com perfeição cada vez maior pelas máquinas. Foi enfatizado que não se trata de programação e sim algo que ocorre progressivamente melhorando a performance.

Nas palestras “Além do Livro – O Futuro da Educação” e “Repensar educação através dos games” foram discutidas formas como novas tecnologias podem influenciar e impulsionar o aprendizado.

O Canal Futura apresentou a série “Que Corpo é Esse?”, parceria com a Childhood Brasil e a Unicef, que aborda temas como sexualidade, prevenção e cuidado com o corpo durante a infância e a adolescência. O canal falou também de coprodução e financiamento.

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Espaços como o BE Brasil da ApexBrasil com a BRAVI e o da Firjan proporcionaram encontros, lançamentos e diálogos importantes para o audiovisual.
A Ancine apresentou as novas diretrizes da agência para o mercado audiovisual brasileiro.

Netflix falou da produção de séries originais, Record discutiu as especificidades das narrativas de terror enquanto a HBO comentou os investimentos do canal em conteúdo brasileiro.

O History apresentou a nova série “Mil Dias: A Saga da Construção de Brasília”,, que tem coprodução com a Cine Group e conta a história da construção da cidade pela ótica das pessoas que trabalharam para erguer a nova Capital Federal em uma região até então inóspita.

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Curiosidades de diferentes produções foram apresentadas, como os efeitos especiais usados nos cenários da novela medieval “Deus Salve o Rei” e a busca por bolivianos no centro do Rio para serem figurantes da série “Um Contra Todos” da FOX.

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O Festivália trouxe uma amostra dos festivais nacionais para o palco da Cidade das Artes, trazendo nomes de diferentes regiões do Brasil.

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Banda 13.7 no lounge e Romero Ferro no pitching show do terraço

Os dois palcos menores apresentaram novos talentos durante a semana.

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Foram seis dias ao todo repletos de atividades e temas importantes que deixavam os inúmeros participantes com a difícil missão de decidir o que assistir, em que sala entrar ou qual palco apreciar.

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Fotos Creuza Gravina

Creuza Gravina

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