Morre Marco Aurélio Garcia, arquiteto das relações Sul-Sul

Marco Aurelio Garcia, ex-assessor especial ao Brasil para assuntos internacionais morreu nesta quinta-feira (20). Ele foi um líder importante na construção e execução da política externa brasileira durante o governo do ex-presidente Lula. Foi um dos criadores dos BRICs e o fortalecimento das relações Sul-Sul.

Ele morreu aos 76 anos, após um ataque cardíaco fatal.

Falando ao blog 247 em março deste ano, Marco Aurélio Garcia criticou a política externa do Brasil sob a presidência de Michel Temer. Para ele, o mundo antes poderia enxergar o Brasil. Mas hoje, “a atual política externa brasileira é” uma catástrofe ”

“Nós jogamos a política da América do Sul”, disse ele, lembrando-se de uma metáfora de futebol feita pelo economista Luiz Gonzaga Belluzzo. “Estamos no terceiro nível ou quarta divisão do campeonato mundial. Marginalizados”. Para ele, o mundo não enxerga mais o Brasil.

“Antes, nós fomos acusados ​​de fazer política ideológica, mas estávamos fazendo política com os governos da região. Agora, tanto o ministro [José] Serra como Aloysio Nunes fazem política ideológica, mas uma política ideológica da direita”

A política Sul-Sul implementado pelo governo Lula para fortalecer as relações entre a América Latina, África e Ásia foi desmantelada pelo governo atual de Michel Temer.

A dor e os golpes no Brasil

Para as forças democráticas brasileiras, é uma dura perda em meio aos golpes que o Brasil enfrenta. Esta semana, Lula da Silva foi condenado, acusado sem provas de ter sido favorecido com um apartamento que não pertence e nunca esteve seu poder. Esta decisão pode impedir Lula de concorrer às próximas eleições presidenciais, sendo o nome favorito nas pesquisas.

Recentemente, morreu a ex-primeira dama, dama Marisa Letícia, que também foi acusada, junto com seus filhos, na história do apartamento. Para a esquerda brasileira, a dor dessas perdas se soma ao esmagamento dos direitos sociais e trabalhistas no Brasil, promovido por um presidente ilegítimo imposto ao país por aqueles que promoveram o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Michel Temer continua agarrado ao cargo porque ele sabe que, depois de deixar a presidência, vai ser julgado por crimes de corrupção cometidos nos porões do governo. Mas, por agora, ele é útil aos interesses da elite que vai consolidando o golpe.

Não é fácil de suportar o violento retrocesso.

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