O humanismo parece definitivamente morto

Imagem: Pais em Luto, de Kathe Kollwitz

Me impressiona, e já escapa da minha compreensão, a onda conservadora que cresce no mundo atualmente.

Nos EUA, o uso de email privado da Hillary por um ex-deputado, marido de sua segunda chefe de gabinete, que postou fotos mostrando o pinto, derruba rapidamente as chances da candidata em vencer as eleições. Enquanto o boçal do Trump pega nas xoxotas das moças ao seu redor, ameaça mandar hispânicos e brasileiros de volta para casa, construir um muro entre EUA e México, é um empresário corrupto envolvido em obras irregulares até no Brasil, mas nenhuma onda de indignação atinge os seus potenciais eleitores. Tem até brasileiro que entrou ilegalmente nos EUA fazendo campanha pelo Trump, além de gays e pretensas neo-“feministas” paulistas indo às ruas para apoiar o candidato do império.

Aqui no Brasil, os dois partidos mais citados como aqueles que se beneficiaram dos desvios de dinheiro da Petrobrás (o PP e o PMDB) saem vencedores nas eleições “contra a corrupção do PT”. O PSDB, mesmo tendo seus caciques citados nas delações, como Serra e Aécinho, continuam sem conhecer a indignação dos comentaristas televisivos e dos paneleiros de plantão (ao que parece, paneleiros aposentados).

Pelo visto, uma manada corre rapidamente, cheia de ódio, para o precipício ambiental, econômico e social, levando toda a humanidade junto. E nada parece capaz de contê-la.

O humanismo agora parece estar definitivamente morto. O egoísmo e a estupidez pisam no peito dos mais pobres, dos mais fracos, e das minorias, com a colaboração dos mesmos, confirmando a tese da servidão voluntária.

Mesmo considerando, do ponto de vista histórico, que a humanidade sempre viveu ciclos conservadores e ciclos progressistas, a minha sensação é que os ciclos das trevas são mais longos, poderosos e devastadores. Que medo!

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