Uma paquistanesa e um indiano num propósito em comum: o direito à infância digna

A história de Malala revela, apesar da pouca idade, um ser humano resiliente, que quase morreu, por defender o direito das meninas estudarem em seu país (veja aqui no blog, o artigo que escrevi a respeito, no ano passado – “Educação: o exemplo de Malala”. A sua causa extrapolou sua nação e hoje ela, que ainda é uma estudante (na Inglaterra), afirma ter um olhar voltado a todas as pequenas e jovens cidadãs, que são impedidas de ter acesso ao ensino e a decidir seus destinos em outros lugares no planeta.

“…Vejo esse prêmio como uma mensagem para as pessoas de amor entre o Paquistão e a Índia e entre as diferentes religiões. E nós dois apoiamos uns aos outros. Não importa a cor de sua pele, que língua você fala e qual religião você acredita…Todos nós devemos lutar por nossos direitos, pelos direitos das mulheres, pelos direitos das crianças e de todo ser humano”. A adolescente lembra que cerca de 57 milhões de crianças não têm acesso à educação e essa é uma causa que se envolverá ainda mais e que precisa de apoio e sensibilização em todas as partes do mundo.

Satyarthi milita no combate à exploração de crianças para ganho financeiro e sua mobilização tem contribuído na criação de tratados internacionais sobre o tema. Ele é presidente da Marcha Global contra o Trabalho Infantil e membro da Organização Não Governamental (ONG) norte-americana Centro de Vítimas de Tortura. Ele chegou a liderar um movimento pacífico, em 1998, que levou mais de 7 mi pessoas às ruas. Estima-se que hoje haja cerca de 170 milhões de crianças em situação de exploração no planeta.

Passado, presente e futuro. Os dois ativistas, de certa forma, propõem uma releitura cultural e que está na base dos princípios dos direitos humanos. No sentido mais profundo da expressão, dão voz àqueles que não encontram eco nas instâncias que decidem, e revelam o quanto o extremismo e a negligência de conduções políticas podem ser fatores desconstrutivos não só a uma nação, mas globalmente.

*Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk

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