Após a exibição de um vídeo com mais de 17 minutos com cenas de estupro de uma criança de 9 anos no Ceará, diversos movimentos sociais se uniram contra os programas policiais que violam direitos todos os dias. O caso, que foi divulgado no dia 7 de janeiro no programa Cidade 190, da emissora TV Cidade, afiliada da Rede Record, culminou num ato para reivindicar a responsabilização do veículo na última quarta-feira (15).
De acordo com Ana Eufrázio, integrante do Movimento de Mulheres em Luta e participante ativa do processo, semanalmente, a programação policial na TV aberta do Ceará tem cerca de 50 horas de duração, ou seja, são 7 horas diárias de violações sistemáticas dos direitos de vítimas e acusados.
A irresponsabilidade da TV Cidade gerou a mobilização de diversas organizações, que realizaram uma primeira reunião no Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (CEDECA) dois dias após a veiculação. Foram discutidas ações concretas e a responsabilização judicial da emissora e do corpo editorial que veiculou as imagens, além do apoio à vítima.
Entre as ações, também foi articulado o ato do dia 15 de janeiro, que contou com cerca de 200 representantes de movimentos sociais. Durante o ato, foi lida uma nota de repúdio em frente a TV Cidade. O grupo também aproveitou para entregar simbolicamente o Prêmio Carniça para a emissora.
Ana Eufrázio, afirma que o caso não é isolado na realidade dos cearences. Como situações de exposição das pessoas e desrespeito são constantes e sistemáticas, o ato de repúdio se estendeu para todos os programas policiais que possuem este tipo de estrutura, que transforma os casos em espetáculo e dá continuidade às violações. O próximo ato está agendado para o início de fevereiro