Para pensar ações de combate a essas violações de direitos de crianças e adolescentes durante a Copa do Mundo de 2014 foi criado o Comitê de Proteção Integral da Criança e do Adolescente para os Megaeventos Esportivos. Estes são formados por programas, serviços e organizações governamentais e não governamentais que trabalham pela proteção da infância por meio de comitês regionais em cada cidade-sede da Copa.
Dentre as as principais situações a que crianças e adolescentes estão vulneráveis estão a violência sexual, trabalho infantil, abandono e desaparecimento. Se por um lado o governo tem obrigações a cumprir, as ONGs pensam estratégias em conjunto e agem também como fiscalizadoras.
Vera Souza, integrante do comitê do Rio de Janeiro e coordenadora do projeto Redes Corporativas na ONG Terra dos Homens, lembra que a preocupação com os impactos na população precisa começar antes mesmo da realização dos eventos.
De acordo com Vera, não há um planejamento social para as grandes obras que estão acontecendo. Além de transporte e acessibilidade, também é necessário pensar nas violações que a população vem sofrendo. Um dos exemplos é a remoção das famílias, quando crianças e adolescentes precisam mudar de escola e acabam perdendo amigos e o convívio.
Vera entende que o público infantil terá prejuízos com a realização dos megaeventos pois escolas ficarão fechadas e a maioria não terá acesso ao estádios. Para ela, é preciso garantir que este público de alguma forma participe do que está sendo vendido como algo muito bom.
Uma das ações pensadas para o Rio de Janeiro é a criação ou adequação de uma delegacia com capacidade plena para atender casos de violência contra crianças e adolescentes. Os profissionais envolvidos nesse tipo de atendimento precisam ter um olhar diferenciado, não só para a criança turista, mas também para as crianças pobres das periferias das cidades-sede.