Eu acredito sim, nesta rapaziada. Anos e anos de trabalho com jovens e não desisti, conheci diversos alunos, que para o sistema e para algumas mentes com amor limitado, já se tratavam de “caso perdido”, nunca me decepcionaram, e os vejo aí, agora, maiores, tem mestre de capoeira, cantor de rap, beat boxers, dançarinas, cantoras e por aí vai. Os mesmos, pobres, negros ou não, de alguma escola de periferia, que sentavam no fundo da sala e que alguns colegas professores, reaças (sim existem mais do que você pode imaginar), já jogavam a toalha, e faziam o joguinho do Governo do Estado: Eu finjo que te pago, você finge que trabalha e os alunos fingem que aprendem. Pena que a disciplina de artes, da qual já lecionei é tão pouco valorizada, tendo apenas uma aula no primeiro ano do ensino médio, já que a lei permite, só que é inviável, não dá pra viver com um salário destes. Paga-se mal e as condições são as piores possíveis. Mas, mesmo com o curto prazo, contatos são estabelecidos, redes são formadas e sementes plantadas.
Este dia foi sim o dia mais louco da minha vida.
Achei que tudo seria tranquilo, depois da manifestação pacífica que presenciei no sábado, dia 15 de Junho, e que tive a oportunidade de acompanhar e cobrir, desde a saída na Praça da Savassi, Capital de Belo Horizonte, Brasil, até o centro da cidade na Praça da Estação. Praça esta que se encontra agora cercada com muitas grades e placas de metal, balões publicitários, luzes de led, e uma lata de Cerveja gigante, e onde acontece a transmissão de jogos desta fatídica Copa das Confederações e a farra de grandes corporações. Praça esta, que em um tempo não muito distante, teve um Decreto baixado do prefeito, Sr. Márcio Lacerda, proibindo a realização de “eventos de qualquer natureza” e que foi revogada graças às, nunca vista pela grande mídia, manifestações populares. Prefeito este, pai do fraldinha Thiago Lacerda, que “coincidentemente” é o Secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo – Secopa/MG. Nepotismo cruzado, a gente vê por aqui!
Veja o vídeo: http://www.ciranda.net/article7096.html
Estava tudo lindo, parecia um carnaval, as pessoas felizes, sorrindo, levantando suas bandeiras, angustias e insatisfações com o sistema, e contra alguns brasileiros com “mentes desprovidas de amor”. Mas não! O que aconteceu foi bem diferente.
Cheguei a tempo de participar da manifestação dos professores que trabalham na rede estadual de ensino, da qual já fiz parte, e que lutam pelo cumprimento da lei do piso e estão em estado de greve.
Não estava grande, mas bastante representativa, com muita gente do interior, antigos companheiros de luta, do sindicato, o companheiro Euler, que é midialivrista como eu, lutadores e lutadoras, os acorrentados do Núcleo Duro da Greve, NDG, que na ocasião da histórica greve em 2011, que durou 112 dias ficamos conhecidos por usar uma corrente muito grande, que era usada para nos prender a monumentos, chegamos a ficar sitiados na Praça da Liberdade, onde fica a sede do Governo de MG, no episódio da inauguração do relógio da copa, além de uma colega professora que, mesmo acorrentada encarou a tropa de choque. Pessoas que ensinam…
Veja vídeo: http://www.ciranda.net/article5787
Foram agendadas manifestações em lugares diferentes. Estávamos próximos do Estádio Mineirinho, nas margens da Lagoa da Pampulha, em um clima bonito, com os manifestantes distribuindo flores para os guardas, balões e flores para quem passava no trajeto, que respondiam com sorrisos e aplausos. O outro grupo de manifestantes, que havia se reunido na Praça 7, no centro, em número muito maior, vinha para a Pampulha pela Av. Antônio Carlos, se juntar aos professores. Fomos cercados pelas tropas que tentaram impedir nossa passagem. Andávamos pelas ruas do bairro quando chegamos na Av. Abrahão Caran e fomos cercados pelo choque, que impediu nossa passagem. Estávamos em direção à Antonio Carlos, no sentido inverso do Mineirão, o que em sí já dispensaria o uso das tropas.
Neste momento se ouvia alguns barulhos, bem de longe, e eu, inocentemente pensei serem até foguetes. Recebi uma ligação de uma amiga, a Fani, que disse que a polícia estava soltando bombas neles e que a situação estava descontrolada. Os barulhos se tornaram constantes e isto nos indignou. Continuamos forçando e conseguimos avançar mais uma “linha”, depois outra e outra, até que chegamos na Antônio Carlos. Fomos negociando, forçando e avançando mais e mais linhas. Nestes momentos, reparei que um dos guardas portava uma grande bolsa, lotada de bombas, e vou chamá-lo, carinhosamente neste texto de “o homem bomba”. Veio uma viatura da Patran, que no seu interior trazia o chefe dos homem bomba, e tinha um arsenal, de fazer inveja até à Al-Qaeda.
Continuamos, nova linha, o barulho ficava mais forte, e a gente se aproximava dos outros. Já se via fumaça e os olhos sentiam o ardor do gás lacrimogênio, que é o perfume favorito de membros da corporação, que se orgulham e só falam uma língua: “linha, pau e bomba” , conforme matéria feita depois de postagem em rede social, que foi rapidamente retirada do ar: http://www.bhaz.com.br/gas-lacrimogenio-meu-perfume-favorito-pm-do-choque-de-bh-posta-declaracao-polemica-durante-conflito-na-capital/.
Mais uma linha, negociações e vi que as bombas eram distribuídas, de mão em mão, pelos homens bomba. Havia cães que alguns seguravam. Recebiam socos como carinho. Deve ser pra ficarem mais nervosinhos e entrarem no clima. Depois fiquei sabendo que são chamados para estas atividades, guardas que deviam estar de folga com suas famílias, o que para mim, é o soco que o Estado dá pra “impulsionar” a revolta. Revolta é o que se via, na cara daqueles senhores e senhoras,. Revolta, ódio, preconceito, rancor, e medo, medo de que as manifestações virem coisas rotineiras, o que acarretará em mais trabalho para PM. Mas podem ter certeza, serão rotineiras. Foi o que vi nos olhos lacrimejados de muitos, por isto eu afirmo, já que os olhos são as janelas da alma, aqueles olhos diziam muito! “Eu acredito é na rapaziada, que segue em frente e segura o rojão” como já dizia o Gonzaguinha nesta linda canção.
Mais uma linha e os guardas disseram que dali não iriamos passar. Tentamos negociar, mas em vão. O direito de ir e vir não existe, aliás, que são direitos? Estávamos indo em sentido inverso ao do Mineirão, para encontrar com os outros manifestantes, se lembram? Alguns momentos ficaram tensos e a um passo de tudo explodir. Parecia um jogo, uma guerra. Uma brincadeira tipo comandos em ação, real, não sei direito. Me senti um otário, uma criança que entra em um jogo de xadrez, mas era um dos peões, de mãos abanando e não sabendo jogar. Ou brincando de comandos em ação, mas eu não era o mocinho. Nunca tinha visto tantas viaturas juntas, parecia o pátio de uma montadora de veículos.
Algumas pessoas começaram a descer pelo bairro, queriam ir embora. Mais e mais bombas, uma nuvem de fumaça e alguns jovens, com camisas no rosto pra se proteger, apareciam, atrás da linha, em meio a fumaça, com os punhos cerrados, vindo em nossa direção. Foi lindo! Parecia uma cena de um filme ou algum protesto violento na primavera árabe, mas era Belo Horizonte, aquela capital provinciana das Minas Gerais.
Vencemos, pensei… A linha foi desfeita. Era um campo de batalha, em meio a fumaça, pedras e destroços. Me lembrei de um documentário que assisti em um festival sobre conflitos em Sarajevo. Nos juntamos a estes companheiros que foram nos relatando o que aconteceu, e mostravam as bombas, com data de validade vencida, e balas de borracha. Alguns feridos, mas continuavam.
Eu acredito é na Rapaziada! Nesta Rapaziada.
Eles enfrentaram cassetete, tiro de borracha, bomba e conseguiram atravessar. O grupo ficou maior e voltamos em direção ao Mineirão, pra fechar o ato. Voltamos pela Abrahão Caran e nova linha, mas esta era formada por uma fila com o choque, e seus escudos, outra linha com os homem bomba e outras linhas com o resto da tropa. Devia estar todo mundo ali, pois era muita policia.
A princípio falaram em nos deixar passar, depois que os poucos quinhentos torcedores que ali ainda permaneciam saíssem, e que isso duraria cinco minutos. Depois de mais de meia hora, de ver as pessoas cantarem o hino nacional, várias palavras de ordem e até musiquinhas bem humoradas, como: “Ei Soldado, vem pro nosso lado” e “Ei Tenente, vem lutar com a gente”, o que arrancou até alguns sorrisos, eu vi que tinha um pingo de humanidade em meio às fardas, botas e bombas. sabemos que nem todos são maus, e nem todos vão nos bater. São poucos mas existem.
Mas estavam irredutíveis, não nos deixariam passar na boa, na negociação, que quando existia, era descumprida pela PM. O grupo foi ficando menor e os poucos que sobraram desceram juntos, e, quando olhei para o lado estava um grupo de guardas do Batalhão do Choque, e o Comandante do Policiamento Especializado, CEL PM Antônio de Carvalho Pereira, que justificou, os abusos cometidos e os, no plural, desrespeitos a constituição, dizendo: “A representação do Estado é a representação do Povo, e nós votamos em uma democracia, então tá dentro do contexto da democracia”(na íntegra em vídeo abaixo). Isto é democracia! Enquanto isto, ouvíamos bombas estourando na Antônio Carlos. O Comandante disse que não era nada, não tinha nada acontecendo. Bombas e mais bombas, estouros atrás de estouros e não era nada. Cheguei a perguntar se era festa junina, meu momento CQC. Mas esta é demais: “quando se fala em polícia você tá generalizando”. Como assim, não tem comando? Quem deu a ordem? Quem vai querer comprar banana?
Neste momento entramos no meio das bombas com o Comandante Carvalho, e teve um cessar fogo, ao som de Covardes! Covardes! Covardes! Pensei, ainda bem que o Comandante Sandro Teatini aposentou. Poderia ser pior! Neste momento, ví o despreparo, e perplexo assistia a esta farsa! Mas as coisas saíram do “controle” quando um jovem caiu de uma altura de aproximadamente uns 6 metros, fugindo das bombas e das viaturas que passavam em alta velocidade e se esborrachou de cara no chão, e mesmo desacordado, ao invés de receber socorro de quem estava a nos servir, não pode ver uma bomba estourando nele. Foi socorrido pelos próprios manifestantes de uma forma muito improvisada e perigosa para a vítma, que tinha sofrido um trauma muito grande. A Faixa Gaza é aqui! Se bem que não é muito diferente, já que o Brasil anda comprando nas mãos de Israel, os mesmos armamentos, que são testados nos companheiros palestinos.
Depois que Carvalho se juntou a seus comandados, o pau comeu. Foi bomba, bomba, tiro de borracha, gás e eu, na tentativa de me defender tomei cassetadas nas costas, e senti na hora que a lente, que foi usada apenas uma vêz, que estava na minha mochila me protegeu, mas não resistiu, ficou danificada. Mais pau e bomba e eu saí correndo, quando tomei um tiro de borracha na nádega esquerda. Doi!
Corri, feito um louco, tentamos nos esconder em um posto de gasolina e mais uma vêz, inocentemente, pensamos que eles não iriam atirar. Em um posto de gasolina, lotado, com funcionários e tudo mais. Bobagem! As pessoas com as mãos levantadas imploravam: “sem violência”! Nada. Tiro e bomba, viaturas passando pra lá e pra cá, bomba, fumaça, correria e gritos de Covarde! Covarde! Covarde!
Aí a farsa se arquiteta. Estávamos indo embora, pra casa ou ocupar algum outro local, pra gritar sem violência e fomos recebidos a bomba, na presença do mesmo Coronel. Se não tivesse vivendo isto, pensaria que era um filme blockbuster americano. Aí foi revolta pura. O povo ficou puto, e começou a quebradeira. Manifestantes derrubaram os cones, que pareciam ser da guarda de Londres, de tão bonitinhos, e placas de plástico ridículas, e eram muitas, que juntamente com as grades, chegaram de caminhão nos dias anteriores. Ví um banheiro químico ser carregado e incendiado, estava tão desesperado que não conseguia ligar a câmera.
Teve confronto com um grupo de PM’s que fugiram debaixo de pedradas. Vi vidraças de lojas sendo quebradas em uma rua paralela, e não somente pelos vândalos e pelas bombas. Aí veio um monte de viaturas, em altissima velocidade, pra lá e pra cá. Correria! Entrei em uma casa pra me defender. Não consegui ficar 10 segundos e saí de novo, pois sabia que os companheiros, desconhecidos mas solidários estavam em dificuldades. Vinagre era compartilhado, informações desencontradas, pessoas perdidas, muito choro e desespero. PS. Havia crianças!
A única informação que tinha era que o bicho tava pegando na Antônio Carlos e foi pra lá que eu fui. Estava calmo, parecia que tudo tinha acabado, foi quando cheguei na altura da trincheira da Av. Santa Rosa, próximo ao aeroporto da Pampulha, o trânsito a ser liberado. Vi que uma menina tinha caído da trincheira, uma altura de aproximadamente uns 4 metros, caiu em pé, fratura exposta. Tentei me aproximar pra filmar e não me deixaram. Dei a volta, passei em frente a viaturas paradas e conversei com uma menina, conforme vídeo com o título “Vídeo em que fui detido e espancado pela PM – Revolução Brasileira”. Logo em seguida fui perseguido, tive uma arma apontada na minha cabeça, não acreditei que estavam atrás de mim. Fui espancado com golpes de cassetete, e porradaria. Fui jogado no “rabo da viatura”. Me falaram que eu estava preso. Perguntei qual a acusação e depois me disseram que era por “incitar a violência”. Neste momento eu quase rí… Reviraram minhas coisas, mochila, tiraram tudo dos meus bolsos, não me deixaram ver a busca em minhas coisas. Tomaram meu aparelho celular e me fizeram ameaças, diversas, o mesmo PM que me apontava a arma no momento da abordagem, e que estava completamente descontrolado, disse que eu tinha 2 min pra desbloquear o mesmo, uma pressão psicológica tremenda, e ninguém chegava perto da viatura.
As pessoas gritavam Solta! Solta!
Eu acredito é nesta rapaziada!
Sempre acreditei neste povo brasileiro, e sabia que um dia a coisa iria pra frente, e que a gente precisava de um empurrãozinho, motivado este, pelos “míseros” vinte centavos. Tinha mais gente se manifestando do que no torcedores no “Gigante da Pampulha” pra ver o jogo. Aí eu ví que a coisa mudou, mas mudou mesmo! Me lembro das falas reacionárias, das mais diversas, desde, “quando uma manifestação vai encher esta Praça 7 mais do que campeão mineiro e com cerveja de graça?”, ou “este país não tem jeito”. Se bem que pra grande mídia, “protesto”, “manifestação”, “passeata” é lá na Síra, Tunísia e no Egito. No Brasil “são só uma meia dúzia de baderneiros, de gente sem ter o que fazer que fica atrapalhando o trânsito”.
É muita informação, tudo mudou, e a hora é agora, em que protesto vai encher mais que futebol. Me dizem que são órdens da FIFA, o território é da FIFA, e não se pode passar do perímetro. Até moradores do entorno não puderam chegar em suas casas. Nunca vi um povo tão solidário, pronto, pra mostrar que a mudança esta dentro de você, basta querer. Quando digo que foi na manifestação que me machucaram, todo mundo me ajuda, fortalece! Dá mais força!
Os policiais voltaram dizendo que eu tinha que apagar o vídeo que fiz, tentei negociar, pedi pra me levar pra delegacia que lá eu o faria, na presença do juiz, disse que conhecia meus direitos e o que estavam fazendo era errado. Me disseram que em toda manifestação tem algumas pessoas presas, e que desta vez era a minha. Pensei, assim meu currículo vai ficar invejável! Fui ver se tinham apagado os vídeos e sim, tinham apagado este último, que estava filmando no momento da abordagem. Só tinha coisas antigas. Mas eles não são donos da verdade, e esta tarda, mas vem à tona uma hora.
Me tiraram da viatura quando avistei alguns companheiros das Brigadas Populares que acompanharam desde o início desta desastrosa operação e conseguiram se aproximar. Uma era advogada e tentava interceder, quando me entregaram minhas coisas e um PM mais jovem me chamou em um canto> Me entregou minhas coisas e disse pra eu sumir dalí, e algo como: você fica andando desse jeito, e não quer que te pare! Fiquei pasmo de novo! Por estas e mais outras, este dia sim, foi o dia mais louco de minha vida.
Naquele momento queria ir embora, tomar água, me encontrar com outros companheiros, chorar. Pensei que iria morrer. Encontrei com vários companheiros e companheiras que foram bastante solidários. Pegamos um ônibus, não estávamos dispostos a pagar a passagem e o motorista, gentilmente abriu todas as portas e foi aplaudido. Fui pra Praça 7 que estava totalmente ocupada. Estavam todos cansados, alguns machucados, mas com um sentimento de civilidade, de que a luta não é em vão e que vai continuar. Amanhã vai ser maior!
Fui embora morrendo de medo, todo quebrado, mas com um sentimento de dever cumprido. Encontrei com uma amiga, andamos pra pegar outro ônibus, pra casa. Não consegui dormir por causa da dor, virei a noite e o dia acordado. As cenas não saiam da minha cabeça. E não saem.
Enquanto tentava materializar as ideias, assisti um vídeo, bem legal, feito com uma músiquinha da banda O Rappa, mas não era aquele que ficava pipocando como anúncio no youtube, enchendo o saco. A música era a mesma, mas com personagens reais, não saídos da TV, aquela juventude, que é uma banda numa propaganda de refrigerante. Lembrei que várias pessoas me chamam de Falcão, por causa dos Dreds. Então, Falcão é o C! Meu nome é Pombo!
Eu acredito é na rapaziada
Nelson, relato muito legal, bem contextualizado, linguagem agradável, do caralho mesmo! Parabéns pelo trabalho e por tudo mais!
Eu acredito é na rapaziada
Li toda a sua matéria,é revoltante a covardia dessa PM.
Covardes em todos os sentidos,pois abusam do poder e além de tudo,batem,constragem e humilham o povo,do qual eles tb fazem parte.
São mal remunerados e deveriam lutar a favor do povo,não contra!
Muitas vezes uma farda,faz com que a pessoa se intitule melhor que as outras,eu queria ver a paizano,para onde iria toda essa valentia e covardia!
Bando de puxa saco do governo!
Melhoras para vc amigo!