Marcha da Maconha quer liberdade e justiça

Surpreendentemente, a Marcha da Maconha realizada no último sábado, 8 de junho, em São Paulo, teve muito mais gente que o esperado… No mínimo caminharam todo o trajeto, com certeza, mais de 5000 pessoas, embora a polícia tenha estimado apenas um quinto disso!!! Eu estou comparando com o próprio numero dado pela PM em outras manifestações, mais mentiroso nesta. Tá na cara que eles dão o número de acordo com o julgamento deles do motivo da manifestação… Tem quem ache que tinha até 10 mil pessoas.
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Como lema “Proibição mata: legalize a vida”, é a segunda Marcha da Maconha realizada em São Paulo desde junho de 2011, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu a legalidade desse tipo de protesto. Renato Cinco (Psol), vereador no Rio de Janeiro, disse que foi a maior marcha que ele já presenciou o no país.

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Com grande maioria de jovens, a caminhada – além de ocupar um lado da Paulista a partir de certo momento, e as duas mãos da Rua Augusta – era densa… Os manifestantes andavam bastante juntos, o que servia para esconder o que passava de mão em mão… E havia muitos não usuários. Encontrei vários enquanto caminhava e conversava com as pessoas na concentração no Masp. Algumas mães que vieram com os filhos também encontrei.

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Enquanto isso, diversos blocos organizados na Marcha – feminista, antimanicomial, religioso, contra a internação compulsória, medicinal – se organizavam para a caminhada. Algumas falas foram feitas, no que a organização chamou de “aula pública” – pela ativista do movimento feminista, e desta Ciranda, Terezinha Vicente, por representantes da Igreja de Ras Geraldinho e pelo historiador Professor Henrique Carneiro. O panfleto distribuído pela organização do ato coloca entre os problemas causados pela ilegalidade da droga o encarceramento em massa, a violência do Estado e a corrupção.
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Uma marcha mansa, de povo alegre e feliz, cantando, tocando… Dançar num dava – isso ficou para a Praça da República e o show de encerramento. Uma marcha que, além de reivindicar o fim da hipocrisia desta sociedade e deste Estado falsamente laico, manifestava nos múltiplos cartazes desejos de menos consumismo, menos criminalização da pobreza, menos promoção da violência, menos discriminação com quem é diferente ou pensa diferente. O encarceramento por transporte de drogas tem crescido, sobretudo entre as mulheres, e quem decide se é tráfico são os policiais, porque a lei também é hipócrita.

Claro que a PM tinha que mostrar serviço e, como sempre, escolheu um para prender, para amedrontar o restante. O que revoltou parte da galera, e usando de bastante violência os PMs afastavam na força os que tentavam se aproximar e intervir ou registrar. As centenas que estavam próximas pararam e gritaram muito pela não prisão do usuário. Isso está na lei, eles não poderiam prender por esse motivo, ou então teriam que prender boa parte daqueles milhares de pessoas. Advogados da organização da Marcha acompanharam a prisão e a marcha continuou.
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Apesar dessa pequena adversidade causada pela polícia, foi uma das maiores marchas entre as últimas que vem acontecendo em São Paulo, como as manifestações do Movimento Passe Livre, o único que consegue ser notícia. Na próxima agora, a mobilização e o protesto será contra o Estatuto do Nascituro que começa a ser aprovado no Congresso Nacional e que obriga até grávida de estuprador a ter o filho, entre outros desrespeitos à mulher. Antes, foi a do movimento antimanicomial, foi a das vadias. Todas em defesa das liberdades individuais, que andam sendo atacadas neste Brasil democrático. Todas defendendo o Estado laico de fato e o fim da hipocrisia, fim do machismo patriarcal capitalista.
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