A criminalização da população homossexual e os dogmas religiosos

Cuiabá, MT. A violência entre casais gays tem sido um prato cheio para imprensa. Em Mato grosso, no último dia 15, o infortúnio da história de Paulo Medina foi compartilhado com o mundo através da internet. Ele, homossexual assumido, diretor de uma importante Companhia de Dança de Cuiabá foi morto dentro de sua casa por homem com quem mantinha com um relacionamento afetivo. Os amigos e parentes da vítima contestaram o tratamento dado pela imprensa ao caso.
Pelo Facebook, a usuária Manu Manu disse: “As mídias ontem relataram o crime e me envergonho pela forma como a mídia relatou o acontecido e principalmente os comentários dos leiotores tremendamente preconceituosos: “morreu porque era bicha… Morreu porque era promíscuo. …Orientação sexual não revela caráter de ninguém. Tio Paulo para os íntimos, ou Paulo Medina era uma das pessoas mais generosas e carinhosas que conheci em minha vida”, desabafou a amiga.

Os meios de comunicação estão cada dia mais se tornando empresas especialistas em manipular informações públicas sobre a vida privada das pessoas em busca da audiência e do lucro. Não é a primeira vez que um gay é morto pelo seu parceiro. E crimes entre casais homossexuais acontecem com menos frequência do quem entre casais heteros, principalmente no âmbito doméstico. Não existem dados específicos, mas segundo o Mapa da Violência, escrito por Julio Jacobo Waiselfisz, em 2012 os assassinatos em ambiente domésticos entre os homens somam 14,3%. Já entre as mulheres, a taxa sobe para 41%.

E a desgraça maior é ver como algo concreto, tangível como um assassinato se torna mecanismo abstrato que ajuda a fortalecer o poder exercido pela mídia a favor do sistema político, econômico e social brasileiro. Ora, o que podemos esperar de um país controlado por evangélicos fundamentalistas e de latifundiários loucos por dinheiro?

Falar em criminalização dos gays, poder e influência da mídia e da política e não falar das relações familiares é como falar da chuva sem considerar as nuvens. Segundo dados do IBGE a população evangélica é segunda maior do país, eles soma mais de 43 milhões de pessoas.

A Bíblia, o livro sagrado do cristianismo, apresenta a homossexualidade como uma condição pecadora, atribuida a sociedade pagã. No capítulo 19 do livro do Gênesis é citado como prática dos sodomitas. A história conta que o personagem Ló recebe a visita de dois anjos. Estes foram assediados pelos homens da cidade de Sodoma, mas Ló trocou a integridande dos anjos pela virgindade de suas filhas. Em Levítico 18:22-24 a prática é condendada por Moíses e passa ser parte da lei de costumes dos judeus. Por outro lado a história bíblica comprova que o homoxessualismo é uma prática tão velha quanta a própria humanidade.

E o que fazer quando minha igreja diz que meu filho é um doente e que nele habita o próprio diabo? A Idade Média já passou. Se a religião aceita ou não um homossexual é uma discussão interna e para mim é tão ultrapassada e ao mesmo tempo racista a ideia de que existem pessoas melhores do as outras…

A realidade – Vivemos em um Estado Laico onde existe uma separação entre Igreja e Estado. Ou seja, o poder político é neutro em relação as questões religiosas. Nesse modelo o Estado “trata todos seus cidadãos igualmente, independente de sua escolha religiosa, e não deve dar preferência a indivíduos de certa religião. todos os seus cidadãos igualmente, independente de sua escolha religiosa, e não deve dar preferência a indivíduos de certa religião”. E agora? Marco Feliciano te representa?

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