Fórum Mundial de Mídia Livre discute a questão palestina em meio a Primavera Árabe

No domingo (17), último dia do II Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML), integrantes e estudiosos da comunidade árabe discutiram a questão palestina na conjuntura política atual. “Não acho que a Primavera Árabe inviabiliza a discussão sobre a Palestina. Mesmo que não esteja aparecendo tanto nos jornais, a luta pela Palestina continua e acontece todo dia.”,diz Soraya Misleh, diretora de imprensa do Instituto de Cultura Árabe.

Para Taha Rifay, agricultor do interior da Palestina, as mudanças políticas em curso no Egito e na Líbia afetam todo o mundo árabe: “Nós, palestinos, continuamos com as mesmas dificuldades e sofrimentos. Mas está ocorrendo algo novo: se houver mudanças na Síria, haverá mudanças no mundo árabe e a Palestina não está fora disso”.

Soraya Misleh vê mudanças nas formas de luta dos palestinos e o abandono das intifadas (levantes feitos por civis palestinos contra presença israelense em seus territórios) devido à superioridade bélica de Israel. “As intifadas deram lugar aos boicotes de produtos israelenses além de recusa a pactos militares com Israel. Se trata de uma luta pacífica e estratégica, aos moldes do que foi feito na África do Sul”. Segundo o site http://www.globalfirepower.com, Israel configura a décima maior potência bélica mundial, à frente de Alemanha e Paquistão.

De acordo com Misleh, a cobertura da mídia internacional sobre a questão palestina reforça estereótipos e não fala dessas outras formas de luta empregada pelos palestinos: ”A Palestina só vira manchete quando há guerra e sangue e palestinos geralmente são concebidos como
terroristas. Devemos pensar como discutir a questão e divulgá-la”.

Repensar a comunicação sobre a questão palestina é uma das razões para a organização do Fórum Mundial da Palestina Livre (World Social Forum Free Palestine), previsto para ocorrer no fim de novembro deste ano, em Porto Alegre . Segundo Misleh, o intuito do Fórum é debater a realidade vivida pelos palestinos hoje: a criação de um Estado palestino, cumprimento dos direitos humanos e das leis internacionais.

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