O chamado de Bangladesh, pela comunicação em rede do FSM

Aprovado entre as propostas levadas pela Comissão de Comunicação do Conselho Internacional do FSM ao seu mais recente encontro, realizado em novembro de 2012 na cidade de Dacca, capital de Bangladesh, um chamado deve começar a ser feito para que desenvolvedores e gestores de redes sociais livres – ou seja, baseadas em software livre – comunicadores/as e ativistas em comunicação, estabeleçam diálogos para ajudar a construir as alternativas de comunicação em rede para o processo do FSM.

O Fórum Social Mundial precisa assumir-se com um processo comunicativo por natureza, defendeu a Comissão de Comunicação. E os instrumentos que estão sendo apontados pelas redes sociais livres, a serviço dos movimentos sociais e ativismos globais, podem inspirar as práticas do próprio FSM, radicalizando o conceito de comunicação compartilhada, que vem de suas origens.

Interessam ao processo FSM as práticas comunicativas das juventudes, dos indignados aos manifestantes da primavera árabe, dos estudantes chilenos aos que ocupam as extensões de Wall Street pelo mundo afora. E também o diálogo entre estas redes que ocupam a internet e as redes que geram conteúdos desde as suas organizações e comunidades, dos movimentos de resistência às rádios comunitárias.

O chamado às redes deve ser divulgado em boletins e sites ligados ao processo FSM, assim como de modo independente por diversas organizações e coletivos atuantes no FSM, para que os movimentos, comunidades e ativistas comprometidos com a comunicação participem dessa construção, aberta, horizontal e coletiva, inserida nos ambientes commons e nos protocolos do conhecimento livre.

A aprovação desta convocatória aberta já começou a repercutir entre desenvolvedores de sistemas livres que participarão dos debate sobre conexões entre redes durante o Forúm Social Temático sobre Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, de 24 a 29, e o III Fórum de Mídia Libre, de 27 a 28 de janeiro, ambos eventos em Porto Alegre.

Vicente Aguiar, do coletivo brasileiro Colivre, da Bahia, defende que além de apoiar a adoção de plataformas desenvolvidas de forma autônomas, ativistas da comunicação do FSM podem integrar ” um protocolo comum que conecte todas essas redes, independente de instalação e banco de dados, numa grande rede social descentralizada, onde cada instalação é uma “federação” autônoma dentro de uma grande rede comum”. Ler também artigo sobre: Um protocolo para as redes livres.

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