Estados laicos, prioridade latino-americana

“Creio na liberdade de consciência.

Creio no direito de decidir.

Creio na separação das Igrejas e do Estado.”

Com este “Credo”, Católicas pelo Direito de Decidir lançaram neste dia 24 de novembro, durante o 12º Encontro Feminista Latinoamericano e do Caribe, uma grande campanha pelo Estado Laico, uma das reivindicações fundamentais para as feministas e para todos que respeitam os direitos humanos. Dirigida a ativistas, organizações, setores públicos, academia, meios de comunicação e público em geral, a campanha prevê uma série de materiais e a difusão de idéias muito importantes. “A laicidade do Estado é garantia imprescindível para o exercício de liberdades cidadãs e dos direitos humanos nos marcos da democracia.”

As ativistas católicas querem que a campanha se multiplique, alcançando outras organizações e que seja reconhecida pelo público, com a difusão de argumentos éticos religiosos. “O credo dentro do catolicismo é uma forma de exprimir princípios fundamentais”, diz Yury Orozco, colombiana residente no Brasil, e uma das organizadoras da ação. “Queremos sacar recursos e argumentos da própria Igreja Católica, então re-significamos esse Credo, com reivindicações que são fundamentais como a liberdade de consciência. A campanha é importante para CDD, porque defendemos políticas públicas que garantam direitos para a cidadania em geral e não para uma moral particular”.

Para Elba Nuñez, coordenadora regional do CLADEM, “essa campanha traz um aporte revolucionário para nossa região, pois a ausência do estado laico impede avanços, como a educação não sexista; o mínimo que conquistamos, hoje estamos retrocedendo”. Elba refere-se à recente ofensiva de grupos fundamentalistas no Paraguai que impediu a concretização de projeto de educação sexual nas escolas. Outras denúncias de ações dos fundamentalistas no continente foram registradas, como no Brasil, Nicarágua, México.

Idealizada há cerca de um ano, a campanha ora lançada, “surgiu da necessidade, é um problema muito profundo e sentido pelas mulheres da nossa região”, disse Sandra Mazo, de CDD na Colombia. “Surgiu de vermos nossos Estados tão vinculados à Igreja Católica e com isso a grande limitação de nossos direitos humanos”.

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