10 horas nas mãos da ocupação israelense

Mensagem vinda de um grupo de quatro brasileiros revela o totalitarismo utilizado pelo Estado de Israel para impedir que palestinos e descendentes retornem à sua terra de origem. Soraya Misleh, Hasan Zarif, Muhamad Kadri e Ibrahim Hammoud sairam do Brasil dia 14 para visitar seus familiares e aproveitaram para “apoiar as manifestações pacificas para lembrar o dia da nakba palestina e exigir o direito inalienavel de retorno do povo palestino”, como explicam na mensagem.

No dia 15, dia da Nakba, já estavam entre os refugiados palestinos na Jordânia e acompanharam os protestos e fizeram parte de uma grande cerco às fronteiras palestinas, ocupadas por Israel, e que foi reprimido com violência.

Um jovem da Jordânia foi morto, causando revolta na população e nos campos de refugiados, e a expectativa é de que as manifestações prossigam nas fronteiras. Mais de dez manifestantes foram mortos no Líbano, nas mesmas celebrações da Nakba – que significa a catástrofe da expulsão do povo palestino promovida em 15 de maio de 1948 para dar lugar ao Estado de Israel .

Detenção na fronteira

Nesta segunda-feira, o grupo brasileiro tentou entrar na Palestina , mas foi barrado pelas forças da ocupação.

“Ficamos sete horas sendo intimidados, isolados uns dos outros, ameaçados, sofremos tortura psicológica nos interrogatórios, privação, revistas no corpo e bagagens. Fomos tratados como verdadeiros criminosos”, informam em sua mensagem.

Soraya Misleh, jornalista da Ciranda e integrante do movimento, relata que os brasileiros ficaram horrorizados com a intolerância diante de manifestações pacíficas e o total desrespeito aos direitos das pessoas detidas. “Estou abalada e muito indignada”, ela relata. “Nos intimidaram de todas as formas, durante horas seguidas”.

O grupo diz ter sentido na pele que “a criminalização dos movimentos sociais que tanto combatemos é uma prática comum por parte do Estado sionista” e que “vários brasileiros e brasileiras descendentes de árabes ou ativistas já passaram por essa situação inaceitável”.

Go back to Jordan!

Os quatro brasileiros portarão agora um passaporte carimbado com a “entrada negada” ao Estado de Israel, o que na prática os impedirá de visitar parentes, amigos ou de participar de missões solidárias ao povo palestino. Além de causar-lhes outros constrangimentos em viagens internacionais, necessárias quando se trata de apoiar as causas de um povo expulso de seu próprio país.

Soraya já esteve antes na Palestina, participando de atividades do Fórum Mundial de Educação, fazendo cobertura jornalística para a imprensa alternativa brasileira e do universo do Fórum Social Mundial. Os passaportes carimbados foram devolvidos sem qualquer explicação. Segundo o grupo, tudo que ouviram foi: Go back to Jordan!

“Nos levaram até a saída e nos colocaram num onibus em que ficamos quase duas horas junto a um senhor de origem árabe, também banido”. Durante esse tempo, não tiveram autorizacao para sair do local, novamente sem justificativa. “Ao todo, passamos quase dez horas sem comer e sem beber – tomamos um copo de água e duas bolachas após insistirmos muito e pressionarmos”.

Considerando que não é um caso isolado, já que “há diversos relatos de discriminação, sobretudo contra ativistas e cidadãos e cidadãs de origem árabe” e que os israelentes “jamais seriam tratados assim no Brasil”, o grupo quer providências do governo brasileiro e pede ao movimento social que pressione por medidas para que ” nenhum brasileiro passe novamente por isso”.

Nesta terça-feira, o grupo irá à embaixada brasileira de Amã denunciar os maus-tratos e abusos de que foram vítimas, exigindo do governo providências após a atitude arbitrária de Israel contra cidadãos brasileiros tratados como criminosos.

6 thoughts on “10 horas nas mãos da ocupação israelense

  1. 10 horas nas mãos da ocupação israelense
    Como sempre uma visão desesperadora, e enquanto isso o estado assassino sionista marcha livre para matar mais inocentes…

    Postei no blog!

  2. 10 horas nas mãos da ocupação israelense
    … o que há de mais terrivel nisso é que o governo brasileiro tem tratado até seus próprios cidadãos com a mesma postura. Basta olhar para o povo pobre e oprimido nos becos e vielas do desassistido Brasil, através de seus governantes hipócritas, criminosos e cínicos… no MININSTÉRIO DA CULTURA não tem sido diferente… tenho motivos para falar assim…

    A CULTURA DO BRASIL
    UM GOLPE, A POUCO SOFREU
    DA POESIA POPULAR
    UM PRÊMIO ESCONDEU
    É CLARO, NÃO É DIFERENTE
    DO QUE ISRAEL PROMOVEU

  3. 10 horas nas mãos da ocupação israelense
    Cara prima Soraya, infelizmente, confirma-se mais uma vez que tantas vezes a vítima de ontem aprende à perfeição o comportamento do seu algoz de então, e tornada carrasco por sua vez, repassa tal procedimento à sua vítima de hoje.
    Tantas vezes vemos na mídia o recordar do Holocausto, que todos nós, goim, reprovamos, árabes e não árabes, e a mesma mídia que tanto ressalta aquelas barbaridades se cala diante da que se faz com os palestinos, ou acha justificativas, as mais descabidas…
    Clovis Pacheco F.

  4. 10 horas nas mãos da ocupação israelense
    segurança de fronteira agora é = a totalitarismo. pouco tendenciosa a matéria hein, chama isto de jornalismo?

  5. 10 horas nas mãos da ocupação israelense
    Prezados senhores:

    Antes de mais nada , estes 4 brasileiros desinformados e usados como massa de manobra, antes de efetuar protestos contra a o que denominam “retirada de cidadãos Palestinos de seu próprio país” deveriam obter melhores informações históricas:

    1) Não existe país denominado PALESTINA. A denominação ” Povo Palestino” foi criada pelo sr. Yasser Arafat, muitos anos depois.
    2) Em 1947 foi deliberada pela ONU a criação de dois estados, um judaico e um palestino. Os países árabes, desejosos por apenas um único estado árabe-palestino, promoveram um levante bélico contra o recém instalado Estado de Israel, através da união de diversos países árabes, e perderam a guerra.
    Os auto denominados palestinos, que sairam de suas casas voluntariamente e na espectativa da destruição do Estado de Israel, foram alocados em campos chamados de ” Campos de refugiados” por não terem sido aceitos nem pelo Egito nem pela Jordânia, aqueles que realmente deveriam ter sido solidários.

    Portanto, encontram-se na situação atual por ganância, intolerância, ingenuidade e por continuarem funcionando como massa de manobras para interesses escusos de governantes de países árabes, que sabem obter os holofotes do mundo perante sua situação.

    Mais informação por favor, mais informação antes de saírem de seus confortáveis lares e se colocarem em situaçao de constrangimento por pura ignorância.

    Atenciosamente

    Gisele Kusniec

  6. 10 horas nas mãos da ocupação israelense
    estou indignada com esta -mais uma – arbitrariedade sionista.

    não encontrei link para compartilhar em redes sociais, mais especificamente o facebook. seria interessante adicionar este instrumento de compartilhamento à Ciranda.

    grata

    fernanda castillo
    sinmpatizante da causa palestina

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