Manifestantes realizam ato público contra a visita de Obama

O interesse dos Estados Unidos no petróleo brasileiro esteve entre as principais denúncias. Os manifestantes pediram “solidariedade aos povos em luta” e disseram “não à intervenção militar na Líbia”. Afirmaram ainda que Obama deu continuidade à “orientação bélica” norte-americana.

Movimentos sociais, estudantes, sindicatos, partidos políticos, entre outras organizações, animaram o protesto com bandeiras, faixas e gritos de reivindicação. A manifestação criticou a instalação de bases militares norte-americanas em todo o mundo, inclusive na América Latina, por “ameaçarem a soberania dos países”.

Nívia Regina, na direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirma que o ato público foi um esforço unificado para “dar resposta ao projeto imperialista dos Estados Unidos”.

O ato público seguiu do Largo do Machado, na Zona Sul da cidade, até o Passeio Público, no Centro. A intenção era chegar à Cinelândia, praça próxima ao Theatro Municipal, local em que Obama discursou. Porém, o forte policiamento nas redondezas, inclusive com cavalaria, inibiu a passeata.

Emanuel Cancella, do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro- RJ), explica que a decisão quis evitar mais repressão policial, a exemplo do que aconteceu na sexta-feira (18) em frente ao Cosulado dos Estados Unidos.

Na ocasião, um coquetel molotov (artefato incendiário) foi lançado e acabou ferindo um dos seguranças do Cosulado. A polícia reprimiu com balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo. Foram presas 13 pessoas.

A liberdade dos detidos, entre eles um adolescente e uma idosa, também esteve entre as reivindicações de domingo. Os manifestantes garantem que a ação não foi de orientação dos organizadores do protesto e que pessoas foram presas injustamente.

Modesto da Silveira, um dos advogados que acompanha do caso, caracteriza os detidos como “presos políticos”. No entanto, informa que os detentos “têm sido tratados como presos comuns”.

Silveira contou que, após passarem pela delegacia e pelo Instituto Médico Legal (IML), o manifestantes foram levados para presídios. Os nove homens, encaminhados para Água Santa, tiveram os cabelos raspados. As três mulheres presas seguiram para Bangu. Já o adolescente foi encaminhado para o Instituto Padre Severino, unidade que abriga jovens infratores. (pulsar)

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