Embora tenha reconhecido a vitória da oposição, desde o dia 5, representantes do PRI seguem dizendo que seu avanço foi contundente. Entretanto, as vitórias da oposição nos estados de Oaxaca e de Puebla, principalmente, representam derrotas fundamentais do partido no poder há 80 anos por aqui, pois são dois dos estados mais pobres, onde o povo é oprimido com violência, e, por isso mesmo, sua organização e resistência desenvolveu características de um verdadeiro poder popular.
Entretanto, a aliança feita pelos partidos de oposiçao para derrotar o PRI é muito ampla, além da posse se dar apenas em dezembro próximo. Sabemos também que a alternância de poder apenas não significa que se vão realizar as mudanças almejadas pelo povo. “As pessoas que votaram pelo PRI continuarão a viver aqui”, nos diz Rafael Morales, professor da Universidade Autônoma de México e membro da Comissão. “Não vão abrir mão de seus interesses com facilidade, é preciso mudar a constituição que é dos anos 30 e dá muito poder ao Estado”. Ou como nos lembra Maria Dolores Villagomes Diaz, de Educa, “temos a experiência da alternância de poder no Governo Federal, que não gerou mudanças democráticas, nem melhores condições de vida para o povo”.
Por outro lado, o aprendizado do povo nestes anos todos e seu envolvimento com a vigilância de todo o processo eleitoral, há fortalecido e ampliado sua organização, e dizem todos que não aceitarão um governo que não os escute, há que governar com eles. “Os tambores das organizações sociais estão soando”, disse Martin Velasquez, da organização social Comcausa e também da comissão. “A partir de julho começam as organizações sociais do movimento popular a reunir-se para retomar suas formas próprias de luta. Exigimos que se restabeleça o estado de direito e a justiça!”.