Um governo de piromaníacos põe fogo na região

Esta noite um crime foi perpetrado no meio do mar por ordem do governo de Israel e do Comandante IDF. Um ataque militar contra navios de ajuda e disparos mortais contra ativistas de paz e humanitários. É uma loucura que somente um governo que já cruzou a linha vermelha poderia cometer.

Só um governo que já tenha perdido toda a capacidade de se autoconter e toda a conexão com a realidade comete tal crime. Atirar contra ativistas pacifistas, agentes de obra de auxílio humanitário, de várias nacionalidades, tomá-los como inimigos e enviar força militar massiva, em águas internacionais, atirar para matar e matar, é inconcebível!

Ninguém no mundo acreditará nas desculpas e mentiras do governo de Israel e dos porta-vozes do Exército – disse o ex-deputado Uri Avnery, do movimento Bloco da Paz. Os ativistas do Bloco da Paz, com vários outros grupos, reuniram-se hoje em Ashdod, Tel-Aviv, Haifa e Jerusalem.

Hoje é dia de desgraça para o Estado de Israel. Dia de ansiedade, em que os israelenses descobrimos que nosso futuro está entregue a um bando de alucinados, todos de armas engatilhadas, atirando sem qualquer senso de responsabilidade. Hoje é dia de desgraça e loucura e estupidez sem limites. Dia em que o governo de Israel enlameou o nome do país ante todo o mundo, juntou mais provas, a comprovas que a imagem de uma Israel brutal, agressiva, não é invenção de propaganda. Hoje Israel dá um passo gigantesco afastando-se dos poucos amigos que nos restam no mundo.

Sim, houve ato de provocação no litoral de Gaza. Mas os provocadores não foram os ativistas pacifistas convidados a vir à Palestina e que tentavam chegar. Provocação houve, isso sim, praticada pelos comandos armados e encapuzados dos barcos de guerra, a mando do governo de Israel, que, para bloquear o avanço dos barcos dos pacifistas, não vacilou em atirar para matar, e matar!

É hora de levantar o sítio que sufoca a Faixa de Gaza e que tanto sofrimento causa aos palestinos. Hoje, o governo de Israel arrancou a máscara da face com as próprias mãos e mostrou a verdade: Israel jamais desengajou-se de Gaza. Nenhum desengajamento há, se Israel bloqueia o acesso à área ou manda soldados com ordem para matar e ferir quem tente chegar a Gaza.

Pelos Acordos de Oslo, há 17 anos, o Estado de Israel comprometeu-se a permitir e estimular a construção de um porto de águas profundas em Gaza, pelo qual os palestinos pudessem importar e exportar livremente seus produtos e o que necessitassem comprar, para desenvolver livremente sua economia. É hora de cumprir o acordado e abrir o Porto de Gaza. Só depois que o porto de Gaza estiver aberto, para livre movimentação, como acontece nos portos de Ashdod e Haifa, então sim, Israel ter-se-á desengajado da Faixa de Gaza. Até lá, o mundo continuará com razão a considerar a Faixa de Gaza como território ocupado por Israel; e Israel, responsável pelo destino dos seres humanos que vivem lá.

Traduzido por Caia Fittipaldi

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