Moçambique lança campanha para prevenir tráfico de crianças

Por Redação Adital

Em virtude da dificuldade em obter dados reais sobre os crimes correlatos ao tráfico de seres humanos, a campanha “Bassopa Moçambique” foi lançada nesta terça-feira (11) no país africano, para capacitar as autoridades locais, a fim de que eles saibam identificar e denunciar os casos que envolvem o tráfico de menores na região.

O tráfico de seres humanos faz milhares de vítimas ao redor do mundo, segundo afirmam entidades que lidam com a questão. E um dos grandes problemas é conhecer a real dimensão deste fenômeno, já que ele atua de forma silenciosa e disfarçada.

Na África, onde crianças são os principais alvos deste crime, também são escassas as estimativas sobre o número de vítimas e a atuação das redes do tráfico de pessoas. Estimativas apontam que em Moçambique 36% de crianças estão sujeitas ao tráfico e violência por viverem em condições de vulnerabilidade socioeconômica.
A Rede Sul-africana contra o tráfico e abuso de crianças, a SANTAC, revelou que as vítimas têm medo de denunciar o crime depois de seres vítimas, já que é comum receberem constantes ameaças.

A diretora executiva da SANTAC, Margarida Guitinga, disse ontem (11), que com o serviço telefônico de atendimento lançado no ano passado, o “Fala Criança” (116), foi possível aumentar o número de denúncias, já que o serviço registra em média 300 ligações por dia de pessoas relatando casos relacionados ao tráfico de crianças.

Margarida disse ainda que, em virtude da Copa Mundial de Futebol que começará no próximo mês, a região ficará mais vulnerável à atuação dos aliciadores e traficantes. O país também sofre com a migração ilegal, deixando a população mais pobre vulnerável às falsas promessas de melhores condições de vida. “É preciso que estejamos preparados para prevenir e combater o tráfico de seres humanos e a exploração de pessoas”, declarou.

Margarida Guitunga disse também que, na próxima semana, a campanha desenvolvida na província de Maputo envolverá os distritos fronteiriços, enquanto que, em todos os pontos do país incidirá sobre os corredores provinciais, onde se considera que há maior presença populacional.

A SANTAC e outras organizações da sociedade civil como a Save the Children trabalham de juntas nesta campanha que vai abranger todo o país.

Com informações de Imensis Moçambique.

(Envolverde/Adital)

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