fotos: Fernanda Ribeiro
No Dia Nacional da Consciência Negra duas marchas em Salvador relembraram a morte de Zumbi dos Palmares, chamando os negros a se organizaram para transformar a realidade em que vivem. Uma delas organizada pela CEN (Coletivo de Entidades Negras) com da participação do PSTU, UNEGRO, PCdoB, Aspiral do Reggae e outras organizações negras da cidade. Havia dois carros de som, um com ativistas das diversas organizações e outro com representantes do rastafarianismo.
A concentração foi às 15h no bairro de Campo Grande seguindo para o Pelourinho. Havia mais ou menos 5 mil pessoas que tomaram conta das ruas do centro de Salvador ou som de muita música e de falas inflamadas que chamava a atenção para a situação das negras e negros da cidade de Salvador. Muitas das pessoas que estavam em caminhada de alguma forma eram militantes de movimentos, o que tornou o caráter da caminhada extremamente política e partidária.
Em outro extremo da cidade, no bairro chamado Liberdade, o mais negro da América Latina, se concentravam a partir das 16h mais ou menos 30 mil pessoas, era a marcha organizada pelos grupos Ilê Ayê, Olodum, CUT e outros. A marcha saiu da Ladeira do Curuzu e percorreu o bairro da Liberdade, Santo Antônio até tomar conta do centro do Pelourinho com 30 mil pessoas que cantavam e dançavam ao som dos batuques do grupo Ilê Ayê, uma das grandes referência de música de Salvador.
As pessoas que participaram da marcha eram moradores da região que acompanham de certa forma o trabalho do grupo. Mesmo a marcha não sendo organizada somente por eles, é uma referência muito grande pra maioria dos moradores que de uma certa forma não tem a prática de ir a manifestações ou algo assim.
Em cima do carro de som estavam ativistas de organizações que chamavam a atenção para as problemáticas do negro na cidade. As duas marchas, mesmo feitas em lugares distintos, chamaram a atenção das pessoas que passavam nas ruas por mostrar que mesmo numa situação de violência e extrema pobreza os descendentes de Zumbi lutam para transformar a realidade opressora em que vivem.
