Feminista negra, engajada nas lutas anti-racistas e anti-sexistas, Jurema Werneck condenou, durante a conferência “Superação do neoliberalismo por meio de projetos democráticos, populares, não-sexistas e anti-racistas de desenvolvimento sustentável”, a declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua viagem à África. O mandatário do Brasil afirmou que “! quem chega em Windhoek (capital da Namíbia) não parece que está em um país africano. Poucas cidades do mundo são tão limpas, tão bonitas arquitetonicamente e têm um povo tão extraordinário como essa cidade”.
Coordenadora da ONG Criola, Werneck arrancou aplausos da platéia, ao enfatizar que, para combater e desmascarar o preconceito, “precisamos ser nossos próprios porta-vozes”. A palestra foi realizada no Mineirinho, na manhã de sábado, dia 8, como parte da agenda do Fórum Social Brasileiro.
Lembrando a face racista que envergonha o País, ainda na ocasião, a ativista destacou: “O desafio que está colocado ao Governo Lula é desenvolver políticas efetivas pela igualdade racial.” À superação desse quadro, que amplia a desigualdade e promove a injustiça social, ela colocou as sugestões presentes na “Constituição de Quilombos”, ressaltando que a possibilidade de mudança surge da experiência da população negra. Entre as propostas, a recusa da subordinação e recuperaç! ão da eqüidade, inclusive de gênero, e do poder das palavras, que propiciam a ação.