Hizbollah promete “surpresa” para Israel
O Secretário-Geral do partido político libanês Hizbollah, o xeque Sayyed Hassan Nasrallah, alertou Israel na última terça-feira (14) sobre as conseqüências de um futuro ataque contra o povo libanês. Segundo ele, qualquer nova tentativa de atacar o país “será encarada com uma surpresa colossal, que poderá mudar de vez o caminho da guerra e a história da região”.
Dezenas de milhares de libaneses se reuniram no estádio de Rayah, na capital libanesa, no evento “Vitória Divina”, que marca um ano do final última da guerra iniciada por Israel contra o Líbano. A guerra, que teve como resultado cerca de 1300 civis libaneses mortos e as forças israelenses obrigadas a abandonar o território libanês, foi terminada no dia 14 de agosto de 2006, após 34 dias de constantes bombardeios israelenses a áreas civis libanesas. Com o estádio completamente lotado e uma infraestrutura apreciável, que incluía 7 out-doors eletrônicos, assentos marcados e proteção de nível militar para todos os atendentes, o xeque Sayyed Hassan Nasrallah voltou a aparecer em público.
As primeiras palavras do líder do Hizbollah foram: “Os sionistas e o governo estadunidense estão rufando os tambores de guerra. Se Deus quiser, não haverá uma guerra, mas se ela acontecer, estamos preparados”. Durante um discurso de 90 minutos, em que os temas principais eram a vitória sobre Israel em 2006 e a completa reconstrução do poderio militar do Hizbollah desde então, Nasrallah terminou discutindo questões domésticas do Líbano. Apesar da tentativa da comunidade internacional em cortar os fundos do Hizbollah, o partido político de oposição libanês reconstruiu boa parte do sul do país após a guerra, e as conseqüências disso se refletem no aumento do suporte do povo ao partido.”Para nós, ele (Nasrallah) é um herói, que com sua sabedoria e estratégia militar nos trouxe mais uma vitória”, disse um manifestante que, junto à sua esposa e aos seus filhos, compareceu ao evento em Beirute.
Nasrallah também combateu as acusações dos Estados Unidos e de Israel. “Eles dizem que o Hizbollah é uma ferramenta do Irã e da Síria. Por quê? Porque os Estados Unidos e Israel querem nos dividir, e se nós nos dividirmos, eles vencerão e nós seremos derrotados. Eles contaram aos cristãos que a guerra era contra muçulmanos. Eles contaram aos sunitas que a guerra era contra xiitas. Eles contaram aos ricos que a guerra era contra os pobres”.
Dos mais de 1300 civis libaneses que foram mortos pelos bombardeios israelenses, pouco mais de um terço eram crianças. De acordo com a ONU, cerca de 25 mil lares e 50 mil outros edifícios foram destruídos durante os 34 dias de guerra. Israel foi novamente derrotado, falhando em cumprir os seus dois declarados objetivos – impedir ataques de foguetes do Hizbollah em territórios ocupados por Israel e libertar os dois soldados que foram capturados por uma operação militar do Hizbollah, pouco antes do início da guerra. Segundo Nasrallah, “a resistência e o corajoso povo do Líbano irão vencer sempre – juntos, somos imbatíveis”.
FONTE:
Jornal Oriente Médio Vivo – http://www.orientemediovivo.com.br
Edição nº70 – http://orientemediovivo.com.br/pdfs/edicao_70.pdf
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