Pobres e Nojentas

Esta foi uma idéia que nasceu assim, entre risos e farelos de pão com manteiga, na mesa da Padaria Brasília, onde um grupo de amigos ia chorar as mágoas depois das passeatas, lutas e greves. Pensávamos: se, afinal, os ricos têm seus meios de comunicação e se mostram na ilha de Caras, porque não mostrarmos o povo empobrecido, que não tem ilha, que não tem Caras, que não sai na TV, mas que tem história para contar? A idéia madurou e a gente decidiu fazer. Uma revista de gênero e de classe. Mirada de mulher, mirada de homem, olhares humanos para essa vida que vive em toda a América Latina, e que pouco espaço acha para se expressar.

E foi num final de abril, ainda veranico, que a “nojentinha” saiu do forno. Vinha assim, altiva, rompendo tudo, dizendo sua palavra. No começo foi sucesso. Toda gente se encantou com a possibilidade de ver e ler a vida dos verdadeiros fazedores de mundos. Depois, com o andar da carruagem, as dificuldades foram aparecendo. As bancas da cidade não se interessaram. “Não temos interesse em vender esse tipo de revista”, diziam os donos. E nós, em choque. Como assim? Ninguém entendia o que queriam dizer com “esse tipo”.

Decidimos deixar para lá. Como a proposta não era ganhar dinheiro, saímos a “camelar”. Mão em mão. Apenas as bancas da UFSC e da Catedral acolheram a Pobres. Tudo bem. Fomos em frente. De todo o país vieram pedidos, a revista foi se consolidando, angariando assinaturas. E assim chegamos a um ano de vida. Com um pouco de prejuízo, sem lucros, mas com a firme certeza de que o caminho é esse. Estas pobres e nojentas pessoas que até este número entregaram suas vidas às nossas páginas são as que nos fazem seguir. Mulheres e homens vitais, lutadores, sonhadores, mártires, guerrilheiros, revolucionários, gente que não se curva aos horrores do capital. Gente que sabe que é bela e se diz, em alto em bom som.

E é por conta desse povo, deste ano de letras e vidas, que vamos celebrar. Um ano de Pobres e Nojentas. Para isso, convidamos a todos os que compartilham desse sonho para um Yakisoba Cultural, no dia 10 de julho, a partir das 19h, na sede da Associação dos Servidores da UFSC/ Volantes, ao lado da Igrejinha. A proposta é festejar e angariar recursos para que a revista siga seu curso. O ingresso é 10 reais. Você come o macarrão, ouve música, se diverte e ainda leva a Pobres e Nojentas – edição de um ano para casa. Não é tudo?

Esperamos você!!!

Elaine Tavares, Miriam Santini de Abreu, Rosângela Bion de Assis, Janice Miranda, Raquel Moysés, Marcela Cornelli, Sandra Werle, Ricardo Casarini, Paulo Zembruski. (Companhia dos Loucos)

Convites antecipados: ligar 48.99078877 (com elaine)

Quando: 10 de julho de 2007 / terça-feira
Onde: Associação dos Servidores da UFSC (ao lado da Igrejinha)
Hora: a partir das 19h
O que: Iaquissoba (Yakisoba abrasileirado)
Quanto: 10 reais

Você janta e leva o exemplar da sétima edição!

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